"Ninguém está falando em cortes dramáticos de juros. Estamos em uma zona de política monetária normal", disse Lane, em entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, concedida no dia 20 de maio e publicada nesta terça-feira (27) no site do BCE.
Lane reconheceu que o BCE conseguiu evitar que a inflação de dois dígitos se arraigasse, mas ponderou que o processo de desinflação ainda não está concluído. "A inflação nos serviços ainda está alta, mas esperamos que recue nos próximos meses, com a desaceleração dos salários."
Segundo ele, o BCE está atento aos riscos advindos das tensões comerciais globais, como os impactos das tarifas anunciadas pelos Estados Unidos. "Fatores como o câmbio, os preços da energia e a realocação das exportações chinesas podem puxar a inflação para baixo", mas isso pode mudar se as negociações entre EUA e União Europeia (UE) fracassarem, alertou.
Sobre a política de juros, Lane afirmou que o BCE busca um "caminho do meio": "Se mantivermos os juros altos por muito tempo, a pressão desinflacionária pode nos levar abaixo da meta. Se cortarmos demais, a economia em recuperação pode reacelerar a inflação."
Embora evite cravar o nível neutro dos juros, ele indicou que o BCE está no intervalo intermediário, que exige calibração cíclica: "Estamos navegando nessa zona neste momento. Esse é o foco das discussões no BCE." Lane também avaliou que as ondas de inflação como as recentes são raras, mas que choques externos podem tornar a política monetária mais ativa no futuro.
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.