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Cuiabanália Domingo, 03 de Novembro de 2013, 12:11 - A | A

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Domingo, 03 de Novembro de 2013, 12h:11 - A | A

HISTÓRIAS DO ESPORTE

Zé Pulula e Operário, uma paixão de mais de 40 anos

Tem defendido uma união de forças entre os dois Operários

NELSON SEVERINO






Com cerca de 40 anos de ligação com o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, José Eustáquio da Silva, o Zé Pulula, que incorporou o apelido ao nome, está animado com a anunciada volta do CEOV à elite do futebol mato-grossense em 2014.

“Paixão pelo clube nasce no coração”, afirma Zé Pulula, ao se referir à recusa da torcida tricolor que não engoliu até hoje a criação do Operário Futebol Clube, o clube empresa que surgiu para substituir o endividado CEOV, mas não deu muito certo.
Por um motivo: o novo clube não encontrou espaço no coração da torcida tricolor.

Muito “rodado”, Zé Pulula já andou pelo Paraminense (PR), Rio Branco (MG), Londrina (PR), Paulista, de Jundiaí (SP), mas foi no Operário que conquistou a maioria dos seus títulos, atuando ao lado de craques consagrados, além de ter jogado também pela seleção mato-grossense.

Divulgação

Foto atual de Zé Pulula

Zé Pulula encerrou a carreira muito cedo: o rompimento dos ligamentos do joelho direito em um amistoso contra o Guairense, no final de 1977, quando defendia o Paulista, de Jundiaí, praticamente antecipou o seu fim no futebol profissional.

Zé Pulula tem defendido uma união de forças entre o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, fundado no distante 1º de maio de 1949, sob inspiração do bispo dom Campelo de Aragão, e o Operário Futebol Clube, para fortalecimento do futebol profissional de Várzea Grande, mas tem chegado à conclusão que está dando murros em ponta de faca: essa fusão jamais vai se concretizar porque os velhos operarianos não aceitam o novo tricolor.

Inclusive há uma briga na Justiça que envolvem os dois Operários, porque o velho não quer que o novo clube use suas cores, que são as do município.

Reprodução/ Zé Pulula

Encontro de várias gerações da história do Operário em 1990

Hipernotícias –
Com um vínculo que já vai para mais de 40 anos com o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, como jogador e torcedor, como o senhor vê hoje a situação do futebol profissional de Várzea Grande?
Zé Pulula – A mudança do nome do clube complicou um pouco para o torcedor do Operário original, o CEOV. Mas foi só o time voltar que a torcida apoiou e abraçou o clube do coração, que retorna a elite do futebol mato-grossense em 2014.

Hipernotícias – O CEOV, o Operário original, pode ressurgir das cinzas e voltar a ser um supertime como nos tempos de Bife, Mosca, Gaguinho, Ruiter, Gilson Lira, Upa Neguinho, Joel Diamantino e outros craques que passaram pelo clube, principalmente na década de 70?
Zé Pulula – Para uma cidade que leva o nome de “Cidade Industrial” de Mato Grosso, o Operário com a parceria da classe empresarial do município, poderá estar brevemente brilhando novamente por esse Brasil afora. É o nome da cidade e do estado em evidência. Quanto ao super time citado, o Mosca, apesar de ser um dos maiores meias a vestir a camisa tricolor em todos os tempos, veio depois, em 1976. Nessa geração vitoriosa o “maestro” do time era o Ruiter Jorge de Carvalho, outro fora de série, como também foi César Diabo Loiro.

Hipernotícias – A polêmica que surgiu em Várzea Grande com a fundação do clube-empresa Operário Futebol Clube trouxe benefício para o futebol profissional da Cidade Industrial?
Zé Pulula – Não tenho nada contra quem criou o Operário Futebol Clube, mas a tradição CEOV foi muito mais forte. A juventude passou a conhecer a história do tricolor através dos mais velhos, e assim o amor e a paixão continuaram. Um exemplo disso foi a empolgação do torcedor durante a disputa da Segunda Divisão. Por isso, no Campeonato Estadual de 2014 os adversários vão sentir a força que vem das arquibancadas, igual ao nosso tempo no início dos anos 70.

Hipernotícias – Como homem ligado à Comunicação Social, o senhor tem defendido um entendimento entre diretores dos dois clubes, para se ter um clube para que Várzea Grande volte a ser grande no futebol profissional. Qual é a reação de diretores dos dois clubes e dos torcedores a sua sugestão?
Zé Pulula – Com quem tenho conversado sobre essa união, tenho percebido que ela não deve acontecer, pois o pessoal do CEOV não aceitou a criação do Operário Futebol Clube e nunca aceitará, acredito. Paixão pelo clube vem do coração e fica muito difícil essa possibilidade se consumar. Muitos operarianos da velha guarda, incluindo ex-dirigentes, não querem nem ouvir falar de fusão dos dois clubes.

Zé Pulula/José Eustáquio

Time que conquistou o Primeiro Tricampeonato na História do clube - 1987

Hipernotícias – O senhor sugere também uma campanha para convencer o torcedor da Cidade Industrial a doar um valor mensal nas suas faturas de água, energia elétrica ou telefone para manter um time que realmente represente Várzea Grande no futebol profissional. A sugestão tem sido bem aceita? Os diretores não acreditam que seja viável?
Zé Pulula – Essa ideia que defendo seria uma forma do torcedor contribuir para o crescimento do clube que representa a cidade. Acredito que se colocar em prática esse plano de contribuição – uma doação de 10 reais mensais – de uns 2 a 3 mil torcedores, seria força financeira muito boa, não é mesmo?

Hipernotícias – Como ex-jogador do tempo de um futebol que marcou época em Mato Grosso e no Brasil, com times como Operário, Mixto, Dom Bosco e União, qual sua avaliação de hoje de só o Luverdense se destacaro em nível nacional?
Zé Pulula – Na nossa época o Estado ainda não tinha sido dividido, e em Campo Grande existia o Comercial e o Operário, duas grandes forças no futebol do Centro-Oeste brasileiro. A rivalidade entre norte e sul era o ingrediente maior que incentivava a evolução do futebol mato-grossense. Sem contar o Ubiratã, de Dourados, que tinha o grande goleiro Mão-de-Onça, e o Corumbaense, que possuía um grande time. Aqui em Cuiabá, o Palmeiras do Porto com o presidente Délio de Oliveira sempre formou belos times e era “osso” duro de roer. Quanto ao Luverdense, me disseram que a ajuda vem muito forte da classe empresarial, e o time é muito bem administrado pelo Helmute. Essa sintonia gerou frutos positivos, que hoje já são colhidos. Que o Luverdense sirva de exemplo para os dirigentes dos clubes da Baixada Cuiabana.

Hipernotícias – O futebol de Mato Grosso sempre viveu da “importação” de jogadores já formados de outros centros sem se preocupar em formar seus próprios valores. O senhor concorda com essa política dos clubes?
Zé Pulula – Além do Beto, que chegou a Seleção Brasileira de Futebol, Zé Elias, Dito Siqueira, craques como Lúcio Bala, Joilson, Gerson Lopes, Udelson, Wanderley, Valdeir “Gaguinho”, Jandilson, William e vários outros saíram daqui e brilharam lá fora, em nível nacional. A bem da verdade, hoje com essa avalanche de empresários em cima da garotada que começa a se destacar como promessa do futebol é muito difícil segurar jogadores formados na base. O dinheiro fala mais alto, O tempo de carreira do jogador de futebol é muito curto, e bem orientados como estão sendo, começam muito cedo a se preocupar com o futuro. O que acho certo. Se ganham uns 5 mil reais por aqui e chega uma proposta de 30 mil reais, mais luvas, contrato garantido de 4 anos é “pé na estrada” mesmo, pois o que todo jogador de futebol sonha é ter uma vida de boa qualidade para si e para os familiares.

Zé Pulula/José Eustáquio

Primeira Diretoria do Operário - Várzea Grande - 1949

Hipernotícias – O fato de apenas duas equipes de Mato Grosso – Luverdense e Cuiabá Esporte Clube –se revezarem na conquista dos principais títulos do futebol mato-grossense, provoca o afastamento dos torcedores dos estádios?
Zé Pulula – Não acredito nessa possibilidade. Creio, sim, que a televisão, transmitindo futebol diariamente, afastou um pouco o torcedor dos estádios. Outro fator que está provocando esse retração da torcida é essa violência existente em todo o País. Além da violência dentro dos estádios, o torcedor ainda enfrenta o risco de roubo do carro durante as partidas, sem contar que pode inclusive perder a vida em assaltos na ida para o estádio ou na volta para casa.

Hipernotícias – Na sua opinião, a inauguração do monumental estádio que Cuiabá constrói para a Copa do Mundo de 2014 – a Arena Pantanal – vai representar ou não uma injeção de ânimo no futebol mato-grossense?
Zé Pulula – O povo só vai ao teatro para ver os astros fazendo grandes espetáculos. É só colocar qualidade na arena, que o povo prestigia. Quando foi construído o Verdão em 1976, essa dúvida também surgiu. E o que se viu foi Mixto, Dom Bosco e Operário lotarem o estádio em várias oportunidades. Só depende do artista, no caso o jogador de futebol, que se mostrar qualidades, atrai o público; caso contrário, a torcida se afasta e vai para a sala ver jogos na televisão.

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