A frase acima é do falecido jornalista, cronista esportivo, ativista político do Partido Comunista Brasileiro (PCB), advogado e treinador de futebol, cuja maior façanha foi classificar a desacreditada seleção brasileira – depois do retumbante fracasso na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra – para a Copa do Mundo de 1970 e que acabou conquistando em definitivo, no México, a Taça Jules Rimet, repetindo os feitos de 1958 na Suécia e de 1962 no Chile.
“Feras do Saldanha” – foi assim que ficou conhecida a seleção do Brasil, integrada por craques do nível técnico de Tostão, Pelé, Rivelino, Gérson, Wilson Piazza, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres, Félix, Jairzinho, etc. A filosofia de Saldanha que deu origem a denominação de “feras”: se o jogador brasileiro levasse uma pancada em campo, tinha que dar o troco em dose dupla. “Quero um time de machos, futebol é para homens...” – repetia Saldanha.
A torcida apoiava a filosofia de Saldanha, pois recordava que o Brasil havia sido eliminado da Copa do Mundo na Inglaterra porque o atacante da seleção portuguesa Eusébio , que morreu recentemente, entrou em campo exclusivamente para quebrar Pelé. E quebrou mesmo. Com Pelé fora de combate, o que influiu na atuação de toda a equipe, Portugal derrotou o Brasil por 3x1. Com o resultado negativo, o Brasil saiu fora do certame ainda na segunda fase.
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Saldanha caiu em desgraça logo depois da classificação. Motivo: o então presidente da República, o general Emílio Garrastazu Médici, sugeriu, como que dando uma ordem, que Saldanha convocasse o atacante Dario Maravilha, que estava jogando no Internacional, de Porto Alegre, seu time do coração. Saldanha, que era chamado de João Sem-Medo, mandou através da imprensa um recado ao presidente: “O senhor manda no Brasil; na seleção mando eu...” e logo depois não mandava mais, pois foi substituído por Mário Jorge Lobo Zagalo.
Para muita gente que viveu a época de ouro do futebol mato-grossense – na fase do amadorismo e depois do profissionalismo, implantado no Estado em 1968 – durante muito tempo a macumba correu solta nesse esporte. Notadamente na fase do profissionalismo. “Parecia até que eu estava jogando na Bahia, onde joguei antes de vir pra cá. Toda semana tinha macumba, homem de Deus” – recorda um ex-jogador dombosquino que prefere não ser identificado.
Nas semanas de grandes clássicos envolvendo as principais equipes – Mixto, Dom Bosco, Operário e União – os chefes dos terreiros mais famosos eram recrutados a peso de ouro para “trabalhos da pesada”, invocando as forças do além para ajudar ou prejudicar jogadores, clubes, dirigentes e até juízes, bandeirinhas, etc.
Rolava de tudo durante os “trabalhos” nas tendas, terreiros, ou mesmo em simples residências de dirigentes que não queriam ser vistos nos locais onde eram praticados os rituais afro-brasileiros e até mesmo de magia negra: sangria de bode preto, degola de galinha preta, queima de pólvora, banhos de ervas especiais, especialmente de guiné e arruda, consumo de marafo (cachaça) e de charutos, costura de papéis com os nomes de jogadores adversários dentro da boca de sapos vivos...
Há muitos anos a macumba está em baixa, com o desaparecimento de muitas tendas e terreiros na Grande Cuiabá. No futebol, a causa da decadência da “macumbaria” foi a invasão, nos últimos anos, do mercado futebolístico por professores de Educação Física, com especialização no futebol, que foram substituindo os treinadores leigos que não têm formação universitária e que por força da lei não podem exercer essa atividade profissionalmente.
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Na opinião de Eder Taques, técnico da nova geração do Mixto, a modernização do futebol, com a busca de técnica e métodos de aperfeiçoamento físico para melhorar o rendimento técnico dos jogadores, contribuiu para reduzir as crendices sobre a influência das forças do além em resultados de jogos de futebol.
– Ainda hoje os jogadores fazem orações antes de entrarem em campo, invocando a proteção de seus santos de devoção. É comum a gente encontrar no vestiário imagem de santos, velas acesas, etc. Hoje o futebol tem jogadores que frequentam igrejas como a católica, evangélica, presbiteriana e tantas outras. A macumba no futebol, decididamente, é coisa do passado – garante Taques.
Um dos mais famosos pais de santos que marcaram época nas duas fases do futebol mato-grossense foi Carrapato, cujo nome verdadeiro ninguém nunca ficou sabendo, que sempre teve como protetor Rubens dos Santos, do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense.
Com frequência, Carrapato saía de Corumbá, cidade onde morava também Rubens dos Santos, antes de transferir residência para Várzea Grande, para vir “ajudar” o Operário, com suas bruxarias. E só depois de muito tempo, descobriu-se que Carrapato era um faroleiro que não entendia coisa alguma de feitiçaria e apenas desfrutava das mordomias que o clube operariano lhe proporcionava...
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O zagueiro central Nelson Vasques, que jogou no Mixto e no Dom Bosco, afirma que não acreditava nessa história de macumba influir em resultado de jogo de futebol, mas às vezes tinha que participar desses rituais para agradar dirigentes, treinadores, companheiros...
Ele se recorda que certa vez o compositor e cantor Rui Mauriti veio dar um show em Cuiabá às vésperas de um jogo importante do seu Mixto contra o Dom Bosco. O grande sucesso de Mauriti naquele momento era uma música que dizia que “atrás daquela serra/ tem uma linda cachoeira...”
Os jogadores mixtenses foram levados para uma cachoeira em Chapada dos Guimarães e passaram um tempão tomando banho e cantando a música de Mauriti, enquanto eram feitos pedidos para as divindades invocadas por um pai de santo, cujo nome Nelson Vasques não se lembra, para ajudarem o Mixto a conseguir a vitória naquele jogo. Não adiantou nada: o Dom Bosco ganhou por 1x0 ou 2x1 – recorda o zagueiro.
Nani Congueiro, como é mais conhecido Leônidas Nogueira da Costa, braço direito da esposa, já falecida, mãe de santo de um terreiro na Cidade Alta, afirma que a crise financeira que afeta todo mundo chegou faz tempo a umbanda e não apenas ao futebol.
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– Não se vê mais nem despachos em encruzilhadas nas noites de sextas-feiras, com champanhe, cigarro do bom, comida, para agradecer divindades por algum trabalho. Agora só se vê coisas mixurucas...” – ressalta Nani Congueiro, que parou de trabalhar com macumba com a morte da esposa.
Aos 79 anos, 58 dos quais dedicados a trabalhos espirituais em sua tenda que tem como padroeiro São Sebastião, em sua chácara Vista Alegre, em Souza Lima, em Várzea Grande, Alírio Ferreira da Silva, fez muitos trabalhos para o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, inclusive nos tempos em que o tricolor tinha um timaço, integrado por Bife, Odenir Upa Neguinho, Carlão, Gaguinho, Ruiter, Gilson Lira, etc., que frequentavam sua tenda às vésperas de jogos importantes para receberem algum tipo de proteção, inclusive contra bruxaria de adversários...
Alírio garante que não cobra nada por seus trabalhos – “cada um colabora com o que pode para manutenção da tenda”, declara – e rechaça qualquer tipo de insinuação para prejudicar alguém. “Só trabalho para fazer o bem, fora disso não adianta nem me procurar...” – afirma.
Segundo o pai de santo, o sucesso de um trabalho na umbanda depende da fé de quem faz um pedido. “Quando o Operário me pedia alguma ajuda para o time, no dia do jogo eu ligava meu radinho dentro da tenda e ficava o tempo todo ouvindo a narração e fazendo orações em favor da equipe. Sempre deu resultado...” – garante.
Recorda Alírio que uma vez ele recebeu um pedido de um jogador do Palmeiras, do Porto, Delmário, cuja mãe, Odilza, tinha um terreiro no chamado Beco Sujo ou Beco Quente, naquele bairro, para que seus guias o ajudassem a fazer uma boa apresentação num jogo contra um adversário cujo nome o pai de santo não se lembra. Resultado: Delmário não só jogou muito bem, como marcou o gol da vitória do seu time.
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Como agradecimento pelo seu bem sucedido trabalho, Delmário deu a Alírio um banquinho riscado, no qual o pai de santo se senta para receber pretos velhos. Além dos espíritos de luz, Alírio recebe em seu “aparelho” (o corpo) o exu Cobra Corá e o caboclo do mesmo nome, mas de outra linha da umbanda.
O “Doutor”, como é chamado Luiz Jerônimo de Oliveira, que tem uma tenda em Santo Antonio de Leverger, comunga da opinião de Alírio: a umbanda existe para prática do bem.
“Eu não vejo realidade na feitiçaria. E quem a pratica, um dia seu corpo vai pagar pelos erros...” – afirma.
“Doutor” tem 62 anos, dos quais 39 dedicados a trabalhar pelo bem em sua tenda filantrópica, fundada em 1975, e onde as atividades espirituais são realizadas somente nas sextas-feiras, pois ele trabalha diariamente como operador de máquinas pesadas e não teria condições de agüentar o tranco se ampliasse suas atividades em seu terreiro.
São tradicionais três festas que sua tenda realiza todos os anos: a dos índios e pretos velhos, dia 13 de maio (data da abolição da escravatura no Brasil, em 1888), 27 de setembro, em homenagem a Cosme e Damião, protetores das crianças e a dos caboclos, com oferendas – charuto, pinga, champanhe, comida, etc. – as divindades que baixam no terreiro do “Doutor”.
Sobre a influência da macumba no futebol, ele caçoa: “Se uma equipe de pernas de pau jogar contra uma de craques, não tem guias espirituais que vão mudar o resultado: vai ganhar o time dos bons de bola...” – sorri.
Com passagens pelo Londrina, São Bento, de Sorocaba, futebol mineiro e Operário Várzea-grandense, o atacante Zé Pulula, nunca acreditou que macumba ganhasse jogo de futebol. “Até ser benzido com uns galhinhos de guiné e arruda eu concordava, mas outros tipos de “trabalho” de macumba, não!” – afirma.Se macumba ganhasse jogo, campeonato baiano terminava empatado’
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A frase acima é do falecido jornalista, cronista esportivo, ativista político do Partido Comunista Brasileiro (PCB), advogado e treinador de futebol, cuja maior façanha foi classificar a desacreditada seleção brasileira – depois do retumbante fracasso na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra – para a Copa do Mundo de 1970 e que acabou conquistando em definitivo, no México, a Taça Jules Rimet, repetindo os feitos de 1958 na Suécia e de 1962 no Chile.
“Feras do Saldanha” – foi assim que ficou conhecida a seleção do Brasil, integrada por craques do nível técnico de Tostão, Pelé, Rivelino, Gérson, Wilson Piazza, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres, Félix, Jairzinho, etc. A filosofia de Saldanha que deu origem a denominação de “feras”: se o jogador brasileiro levasse uma pancada em campo, tinha que dar o troco em dose dupla. “Quero um time de machos, futebol é para homens...” – repetia Saldanha.
A torcida apoiava a filosofia de Saldanha, pois recordava que o Brasil havia sido eliminado da Copa do Mundo na Inglaterra porque o atacante da seleção portuguesa Eusébio , que morreu recentemente, entrou em campo exclusivamente para quebrar Pelé. E quebrou mesmo. Com Pelé fora de combate, o que influiu na atuação de toda a equipe, Portugal derrotou o Brasil por 3x1. Com o resultado negativo, o Brasil saiu fora do certame ainda na segunda fase..
Saldanha caiu em desgraça logo depois da classificação. Motivo: o então presidente da República, o general Emílio Garrastazu Médici, sugeriu, como que dando uma ordem, que Saldanha convocasse o atacante Dario Maravilha, que estava jogando no Internacional, de Porto Alegre, seu time do coração. Saldanha, que era chamado de João Sem-Medo, mandou através da imprensa um recado ao presidente: “O senhor manda no Brasil; na seleção mando eu...” e logo depois não mandava mais, pois foi substituído por Mário Jorge Lobo Zagalo.
Para muita gente que viveu a época de ouro do futebol mato-grossense – na fase do amadorismo e depois do profissionalismo, implantado no Estado em 1968 – durante muito tempo a macumba correu solta nesse esporte. Notadamente na fase do profissionalismo. “Parecia até que eu estava jogando na Bahia, onde joguei antes de vir pra cá. Toda semana tinha macumba, homem de Deus” – recorda um ex-jogador dombosquino que prefere não ser identificado.
Nas semanas de grandes clássicos envolvendo as principais equipes – Mixto, Dom Bosco, Operário e União – os chefes dos terreiros mais famosos eram recrutados a peso de ouro para “trabalhos da pesada”, invocando as forças do além para ajudar ou prejudicar jogadores, clubes, dirigentes e até juízes, bandeirinhas, etc.
Rolava de tudo durante os “trabalhos” nas tendas, terreiros, ou mesmo em simples residências de dirigentes que não queriam ser vistos nos locais onde eram praticados os rituais afro-brasileiros e até mesmo de magia negra: sangria de bode preto, degola de galinha preta, queima de pólvora, banhos de ervas especiais, especialmente de guiné e arruda, consumo de marafo (cachaça) e de charutos, costura de papéis com os nomes de jogadores adversários dentro da boca de sapos vivos...
Há muitos anos a macumba está em baixa, com o desaparecimento de muitas tendas e terreiros na Grande Cuiabá. No futebol, a causa da decadência da “macumbaria” foi a invasão, nos últimos anos, do mercado futebolístico por professores de Educação Física, com especialização no futebol, que foram substituindo os treinadores leigos que não têm formação universitária e que por força da lei não podem exercer essa atividade profissionalmente.
Na opinião de Eder Taques, técnico da nova geração do Mixto, a modernização do futebol, com a busca de técnica e métodos de aperfeiçoamento físico para melhorar o rendimento técnico dos jogadores, contribuiu para reduzir as crendices sobre a influência das forças do além em resultados de jogos de futebol.
– Ainda hoje os jogadores fazem orações antes de entrarem em campo, invocando a proteção de seus santos de devoção. É comum a gente encontrar no vestiário imagem de santos, velas acesas, etc. Hoje o futebol tem jogadores que frequentam igrejas como a católica, evangélica, presbiteriana e tantas outras. A macumba no futebol, decididamente, é coisa do passado – garante Taques.
Um dos mais famosos pais de santos que marcaram época nas duas fases do futebol mato-grossense foi Carrapato, cujo nome verdadeiro ninguém nunca ficou sabendo, que sempre teve como protetor Rubens dos Santos, do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense.
Com frequência, Carrapato saía de Corumbá, cidade onde morava também Rubens dos Santos, antes de transferir residência para Várzea Grande, para vir “ajudar” o Operário, com suas bruxarias. E só depois de muito tempo, descobriu-se que Carrapato era um faroleiro que não entendia coisa alguma de feitiçaria e apenas desfrutava das mordomias que o clube operariano lhe proporcionava...
O zagueiro central Nelson Vasques, que jogou no Mixto e no Dom Bosco, afirma que não acreditava nessa história de macumba influir em resultado de jogo de futebol, mas às vezes tinha que participar desses rituais para agradar dirigentes, treinadores, companheiros...
Ele se recorda que certa vez o compositor e cantor Rui Mauriti veio dar um show em Cuiabá às vésperas de um jogo importante do seu Mixto contra o Dom Bosco. O grande sucesso de Mauriti naquele momento era uma música que dizia que “atrás daquela serra/ tem uma linda cachoeira...”
Os jogadores mixtenses foram levados para uma cachoeira em Chapada dos Guimarães e passaram um tempão tomando banho e cantando a música de Mauriti, enquanto eram feitos pedidos para as divindades invocadas por um pai de santo, cujo nome Nelson Vasques não se lembra, para ajudarem o Mixto a conseguir a vitória naquele jogo. Não adiantou nada: o Dom Bosco ganhou por 1x0 ou 2x1 – recorda o zagueiro.
Nani Congueiro, como é mais conhecido Leônidas Nogueira da Costa, braço direito da esposa, já falecida, mãe de santo de um terreiro na Cidade Alta, afirma que a crise financeira que afeta todo mundo chegou faz tempo a umbanda e não apenas ao futebol.
– Não se vê mais nem despachos em encruzilhadas nas noites de sextas-feiras, com champanhe, cigarro do bom, comida, para agradecer divindades por algum trabalho. Agora só se vê coisas mixurucas...” – ressalta Nani Congueiro, que parou de trabalhar com macumba com a morte da esposa.
Aos 79 anos, 58 dos quais dedicados a trabalhos espirituais em sua tenda que tem como padroeiro São Sebastião, em sua chácara Vista Alegre, em Souza Lima, em Várzea Grande, Alírio Ferreira da Silva, fez muitos trabalhos para o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, inclusive nos tempos em que o tricolor tinha um timaço, integrado por Bife, Odenir Upa Neguinho, Carlão, Gaguinho, Ruiter, Gilson Lira, etc., que frequentavam sua tenda às vésperas de jogos importantes para receberem algum tipo de proteção, inclusive contra bruxaria de adversários...
Alírio garante que não cobra nada por seus trabalhos – “cada um colabora com o que pode para manutenção da tenda”, declara – e rechaça qualquer tipo de insinuação para prejudicar alguém. “Só trabalho para fazer o bem, fora disso não adianta nem me procurar...” – afirma.
Segundo o pai de santo, o sucesso de um trabalho na umbanda depende da fé de quem faz um pedido. “Quando o Operário me pedia alguma ajuda para o time, no dia do jogo eu ligava meu radinho dentro da tenda e ficava o tempo todo ouvindo a narração e fazendo orações em favor da equipe. Sempre deu resultado...” – garante.
Recorda Alírio que uma vez ele recebeu um pedido de um jogador do Palmeiras, do Porto, Delmário, cuja mãe, Odilza, tinha um terreiro no chamado Beco Sujo ou Beco Quente, naquele bairro, para que seus guias o ajudassem a fazer uma boa apresentação num jogo contra um adversário cujo nome o pai de santo não se lembra. Resultado: Delmário não só jogou muito bem, como marcou o gol da vitória do seu time.
Como agradecimento pelo seu bem sucedido trabalho, Delmário deu a Alírio um banquinho riscado, no qual o pai de santo se senta para receber pretos velhos. Além dos espíritos de luz, Alírio recebe em seu “aparelho” (o corpo) o exu Cobra Corá e o caboclo do mesmo nome, mas de outra linha da umbanda.
O “Doutor”, como é chamado Luiz Jerônimo de Oliveira, que tem uma tenda em Santo Antonio de Leverger, comunga da opinião de Alírio: a umbanda existe para prática do bem.
“Eu não vejo realidade na feitiçaria. E quem a pratica, um dia seu corpo vai pagar pelos erros...” – afirma.
“Doutor” tem 62 anos, dos quais 39 dedicados a trabalhar pelo bem em sua tenda filantrópica, fundada em 1975, e onde as atividades espirituais são realizadas somente nas sextas-feiras, pois ele trabalha diariamente como operador de máquinas pesadas e não teria condições de agüentar o tranco se ampliasse suas atividades em seu terreiro.
São tradicionais três festas que sua tenda realiza todos os anos: a dos índios e pretos velhos, dia 13 de maio (data da abolição da escravatura no Brasil, em 1888), 27 de setembro, em homenagem a Cosme e Damião, protetores das crianças e a dos caboclos, com oferendas – charuto, pinga, champanhe, comida, etc. – as divindades que baixam no terreiro do “Doutor”.
Sobre a influência da macumba no futebol, ele caçoa: “Se uma equipe de pernas de pau jogar contra uma de craques, não tem guias espirituais que vão mudar o resultado: vai ganhar o time dos bons de bola...” – sorri.
Com passagens pelo Londrina, São Bento, de Sorocaba, futebol mineiro e Operário Várzea-grandense, o atacante Zé Pulula, nunca acreditou que macumba ganhasse jogo de futebol. “Até ser benzido com uns galhinhos de guiné e arruda eu concordava, mas outros tipos de “trabalho” de macumba, não!” – afirma.
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