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Cuiabanália Sexta-feira, 08 de Abril de 2016, 08:21 - A | A

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Sexta-feira, 08 de Abril de 2016, 08h:21 - A | A

PARABÉNS CIDADE VERDE!

Nascida do ouro, Cuiabá "transpira" tradição em seus 297 anos de história

RAYANE ALVES / GABRIEL SOARES

Nascida do ouro, Cuiabá completa 297 anos nesta sexta-feira (8). Quase três séculos de muita tradição e histórias. Desde então, muitos hábitos mudaram, assim como a cidade, que se urbanizou e consagrou como 'A Capital do Agronegócio'.

 

A historiadora Maria Auxiliadora Freitas lembra que, bem no passado, os cuiabanos tinham costume de ir para a igreja, passear na praça e sentar na porta de casa para noticiar o jornal do ‘boca a boca’.

 Arquivo Pessoal

Cuiabá Antiga

 

“Não tinha jornais impressos, televisão, rádio e nada. Tudo era feito no boca a boca. O pessoal fazia uma almofada, para não machucar o cotovelo, e passava o tempo toda na janela. Tudo que você pergunta o povo sabia, até a cor da roupa da fulana”, brincou.

 

Inicialmente, Cuiabá era apenas mais uma cidade da província de Mato Grosso, cuja capital era Vila Bela da Santíssima Trindade. Com o tempo, foi ganhando status, até por sua proximidade dos grandes centros, e se tornou a Capital em 1835. E como não poderia deixar de ser, se tornou a cidade mais desenvolvida em meio a Mato Grosso, para onde fluiam todos os avanços tecnológicos.

 

Exemplo disso é que o primeiro jornal da província surgiu aqui, em 1839, apenas 31 anos após o aparecimento do primeiro jornal do Brasil. Vanguardista que era, a capital mato-grossense tinha vontade de divulgar os atos praticados pelo poder público e anseava pelo progresso.

 

“O cuiabano sempre quis muito o progresso, mas quando de fato isso aconteceu, eles recolheram as cadeiras para dentro de casa e fecharam as portas, porque junto com o crescimento também surgiu a violência. Hoje você não vê mais muito cuiabano andando pela rua. Antigamente as crianças só brincavam na rua e tiveram uma infância de ouro. Nos dias atuais, todo mundo convive muito com a internet e acaba deixando de praticar o essencial da vida”, destacou.

 

Apesar disso, a historiadora acredita que o cuiabano nunca deixou de ser social. O típico filho da terra adora bater um papo, ensinar endereços para os turistas e tem uma forma despojada de ser, muito afetiva.

 

“Nossa cidade é privilegiada de ser verde. Nos nossos 297 anos, podemos comemorar que somos uma cidade rica, com vários personagens folclóricos, como por exemplo, o carnavalesco e colunista social Jejé de Oyá. E para não perder o que temos de mais essencial na nossa história, devemos sempre passar de pai para filho”, concluiu. 

Djalma Ribeiro / Drone Cuiabá

Cuiabá

Região da Praça Alencastro é considerada o ponto de encontro da história de Cuiabá, onde construções de três séculos convivem

Arquivo Pessoal

Antiga Cuiabá

FATO MARCANTE

Maria Auxiliadora acredita que um dos fatos mais importantes na história de Cuiabá foi a visita do presidente Getúlio Vargas em agosto de 1941. Foi ele o primeiro chefe de nação a visitar a cidade verde para inaugurar obras oficiais do Estado, entre elas o Grande Hotel, a Residência dos Governadores, o Cine Teatro e a Escola Estadual Liceu Cuiabano.

 

À época, Cuiabá vivia um período de estagnação, pois já tinha atravessado o ciclo do ouro e se tornou um pólo comercial. Para completar, disputava com Campo Grande (MS) a condição de capital do estado. E quase perdeu para a irmã do sul, que era mais próxima de São Paulo.

 

Quando foi instituído o Estado Novo, Filinto Muller avisou ao seu irmão, o governador Julio Muller, que precisava ‘injetar’ recursos em Cuiabá, senão essa briga com Campo Grande nunca iria acabar.

 

“A confusão era tanta na época que as crianças viam uma placa de Campo Grande e riscava os veículos se tivesse oportunidade. Hoje ninguém liga mais para essas coisas, porque tem outra mentalidade e tem novos olhares”, comentou.

 

A sina da cidade mudou quando Júlio Muller decidiu contratar a empresa Coimbra Bueno, do Rio de Janeiro, e trouxe o engenheiro Cássio Veiga de Sá, que hoje empresta seu nome à Rodoviária de Cuiabá.

 

Para continuar como cidade, Cuiabá precisava se modernizar. Ele inaugurou o Grande Hotel, Residência do Governador, Cine Teatro, Liceu Cuiabano Maria de Arruda Muller. Aqueles blocos de concretos que passam em frente ao colégio estadual foram todos feitos em 1941. O asfalto acaba, mas o cimento dura. E os executores das obras preferiram preservar o local. Cássio não construiu a rodoviária, só levou o nome porque, até então, o nome dele não aparecia em lugar nenhum”, lembrou.

 

Getúlio Vargas também começou a observar que a Capital não tinha uma casa para os governadores e rapidamente pediu que Cássio de Sá fizesse um projeto para começar com as melhorias. As obras de grande porte em Cuiabá eram bastante difíceis de realizar. Todo material vinha de trem até Corumbá e seguia de barco até a Capital.

 

Arquivo Pessoal

Antiga Cuiabá

 

Em 1939 a 1940 começou a construção da Casa dos Governadores. Em 1941 foi a vez do Grande Hotel. Em seguida vieram o Cine Teatro. Todas essas grandes obras na região da Praça Alencastro, bem no coração da cidade. Por fim, abriram a Avenida Getúlio Vargas, a principal  artéria por onde flui a vida da cidade nestes dias.

 

“Todo esse processo precisou ser feito porque Cuiabá é uma cidade que nasceu do ouro e toda cidade que nasce assim não tem um projeto de construção, vai sendo feita ao acaso. Se existe a necessidade de ficar em um lugar, constroem ali e assim por diante”, falou.

 

Cássio reconstruiu a cidade de acordo com o que lembrava a cidade dele. Quando inaugurou o Grande Hotel, voltou seus olhos para a Praça Alencastro. O engenheiro não podia conceber um hotel maravilhoso em frente a uma praça bucólica, só com coreto e bandinha.

 

“Depois disso, o calçadão foi construído inspirado em construções do Rio de Janeiro. O coreto e o chafariz foram retirados e implantados na Praça Ipiranga”, recordou.

 

Para a historiadora, a Praça  Alencastro é o ponto onde convergem todos os séculos de história e tradição, a representação da cuiabania.

 

“O prédio que hoje nós chamamos de Prefeitura era conhecido como Palácio Alencastro, tinha outra versão e depois foi sendo construído aos poucos. O Palácio que fica atrás [da praça] deu ar de cidade moderna. Quando viramos à direita é possível enxergar o Edifício Maria Joaquina, que foi o primeiro provido de elevador. Depois olha para o outro lado e vê o hotel, casas simples que nos remontam a três séculos”, afirmou.

 

“Se a gente buscar em cada detalhe, o passado sempre é lembrado principalmente quando você senta para conversar com alguém que viveu no mesmo período que você contam fatos de quando iriam passear na fonte luminosa e na igreja”, concluiu.

Djalma Ribeiro / Drone Cuiabá

Cuiabá na visão do Drone

 

Djalma Ribeiro / Drone Cuiabá

Cuiabá na visão do Drone

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Carlos Nunes 08/04/2016

Pena que hoje estejamos sitiados pelos bandidos, tenha um montão de bocas de fumo em tudo quanto é lado. Hoje o bandido armado, e o cidadão de bem desarmado, escolhe a casa, o comércio, a agência bancária que quer assaltar...o cidadão de bem virou um covarde que se humilha diante do bandido para não morrer, mas mesmo assim morre. Já a droga espalhou na cidade, igual praga...os traficantes brigam entre si por espaço, de vez em quando um mata o outro, porque o negócio está rendendo. Hoje mesmo, neste site, na seção Cidades, há a seguinte notícia: Homem reage a assalto em casa e morre com um tiro na cabeça. Pois é, os bandidos já estão esperando na porta de casa. Vôte!

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