O estádio municipal de futebol de Araputanga (a 334 km de Cuiabá) foi adaptado para receber as provas de atletismo dos jogos escolares que são realizados na cidade. O espaço dispõe de todo aparato e estrutura física para que os estudantes/atletas se preocupem em apenas competir e dar o seu melhor. Mas quem olha a situação de fora não faz ideia do trabalho que dá para organizar essa logística que precisa atender mais de 400 atletas.
GcomMT
Mas Cid dos Anjos, ou apenas Cid, como é conhecido, sabe muito bem disso. Ele é o coordenador geral dos jogos de Araputanga e desde que chegou na cidade não tem parado um minuto por conta das demandas da competição.
O atletismo é a modalidade que mais exige atenção dos organizadores. É uma infinidade de materiais, como colchões para o salto em altura, plataforma para o arremesso de peso, barreiras para as corridas e dardos e discos para os lançamentos.
Foram 15 dias para preparar a logística, que também envolve aparato de segurança, com viaturas policiais, e de saúde, com ambulâncias no local de competição. Na véspera das competições, Cid não dormiu, passou a madrugada elaborando tabelas e checando os últimos detalhes. “Às cinco horas da manhã tive que passar na casa de um carpinteiro para confeccionar um equipamento para a competição de arremesso de peso. O que está me mantendo de pé é o gatorade (bebida energética)”, brincou Cid.Apesar de tantas obrigações, o coordenador geral dos jogos de Araputanga mantém o bom humor e as brincadeiras com a equipe do atletismo, composta por 35 pessoas, entre árbitros, professores e acadêmicos de Educação Física.
O árbitro de atletismo, José Carlos, que faz parte da equipe, concorda que a modalidade demanda muito trabalho para ser organizada, mas diz que a amizade e a interação com os atletas faz tudo valer a pena.
Ele, que já foi atleta, destaca que é muito importante as crianças e os adolescentes passarem pela vivência do atletismo. “O atletismo é o começo de todas as modalidades. Um jogador de handebol que quer saltar bem precisa passar pelas provas de saltos”, enfatiza.
O coordenador geral de arbitragem, Rodolfo Figueiredo, também trabalha intensamente para que tudo ocorra bem dentro da competição. Ele ressalta que o evento é trabalhoso, pois exige muito conhecimento teórico das regras do atletismo. “Nós temos que evitar as falhas ao máximo, pois diferente de uma competição profissional, nós estamos lidando com atletas, estudantes em processo de formação”.
Inclusão social
Todo esforço para realizar a competição também vem imbuído de ideais, pois Cid acredita que, dentro do esporte, o atletismo é a principal ferramenta de inclusão social de jovens. “Na minha opinião, é a modalidade que mais dá para trabalhar o potencial de crianças e adolescentes. As vezes o menino não é bom em nenhuma modalidade coletiva, mas tem força nos braços, por exemplo. Então ele pode ser lapidado para fazer arremesso de peso ou lançamento de dardo. O atletismo é a melhor formar de resgatar uma criança, socialmente falando”, avalia Cid.
Ele também afirma que é muito gratificante quando os atletas ganham as competições. “Não tem preço você ver aquela criança que estava treinando ou até competindo de pés descalços superar as dificuldades e subir ao pódio. É nesse momento que você percebe que está fazendo algo importante para as pessoas que mais precisam”, conclui Cid.
A estrutura montada no estádio municipal de Araputanga recebe as competições de atletismo até hoje (03.07), último dia da etapa estadual de modalidades individuais dos Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso. Além do atletismo, o evento conta com as modalidades de judô, vôlei de praia, ginástica rítmica, badminton, xadrez, natação, tênis de mesa, luta olímpica e ciclismo.
Os Jogos Escolares da Juventude – etapas regionais e estaduais – são uma realização da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc/Sael-MT), em parceria com a Federação Mato-grossense de Esportes Universitários (FMEU).
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