Com o tema “Gordofobia na escola”, a terceira roda de conversa do Papos de Quintal será realizada nesta sexta-feira (27), às 19h, no bar Metade Cheio Bar & Bistrô. A entrada é gratuita e, após a conversa, às 21h contará com show do Trio Cravocanel.
Esta é uma iniciativa do projeto “Lute como uma Gorda!”, que busca levar a pesquisa para fora dos muros da universidade. “Todo mundo pode participar, fazer perguntas e dar a sua opinião, em um lugar descontraído, onde é possível tomar uma cerveja, comer algo, assistir a um show. É como fazer a construção de conhecimento mas sem a formalidade da sala de aula”, destacou a idealizadora e pesquisadora do tema, Maria Luísa Jimenez.
Além dela, participam do bate-papo a professora aposentada Terezinha do Nascimento Souza, o psicólogo e jornalista Maurilio Mederix, especialista em gestão do trabalho e educação na saúde.
O evento oferece, além da programação de debates e musical, um cardápio especial para o dia, que será composto por porções de pastéis, batatas rústicas e bolinhos caipiras acompanhados pelos molhinhos da casa, além de chá gelado, refresco, cerveja ou drink. Há também opções sem glúten, sem lactose, vegetarianas ou veganas.
Segundo Maria Luísa, a escolha do espaço se dá também pela informalidade, deixando as pessoas gordas mais à vontade. “A ideia é conversarmos de forma mais relaxada, porque às vezes uma pessoa gorda tem vergonha de ir em outros lugares, neste ela consegue ficar em outro ambiente, distante, confortável”, acrescentou.
Gordofobia na escola
A importância do tema vem da urgência em se debater a gordofobia, que nas escolas, vem disfarçada de preocupação com a saúde.
“Infelizmente o espaço educacional é extremamente gordofóbico. A gente já percebe pelo espaço, com as cadeiras, os banheiros. Eu tenho visto muitos depoimentos na minha pesquisa e também nas redes em como isso afeta pessoas desde a infância, desde a educação infantil, então, é urgente que tenhamos este debate”, disse Maria Luísa.
Ainda de acordo com a pesquisa dela, as palestras educacionais dão conta apenas da alimentação saudável e dos esportes, ignorando os estigmas e exclusão dos corpos dissidentes e diferentes da normatização do corpo magro.
“Nas minhas entrevistas, a maioria das mulheres que responderam, elas lembram de situações de gordofobia que elas passaram na escola e eu tenho recebido depoimentos de mães de crianças de 3 e 4 anos que chegam em casa chorando, dizendo que querem emagrecer porque a tia, a professora ou os amiguinhos disseram que ela está feia”, declarou.
A proposta é, a partir de agora, transformar a cartilha do Lute como uma Gorda em uma versão infantil, o “Lute como uma gordinha”, para que as crianças tenham mecanismo para enfrentar o preconceito e a discriminação.
Conheça o projeto “Lute como uma Gorda!”
O projeto "Lute como uma Gorda!" consiste numa série de ações educacionais, informativas e recreativas, gestadas como importante braço de ação na comunidade, a cerca de questões que envolvem o corpo gordo feminino e seu lugar na sociedade. A iniciativa tem como objetivo central a desmistificação do corpo feminino gordo como algo feio e doente. A manutenção ou reforço do pensamento de que “ser gordo é anormal”, fomenta situações discriminatórias e autentica todo um mercado da magreza como única condição corporal/estética para ser saudável e feliz.
É importante citar que o “Lute como uma Gorda!” é parte integrante do espaço virtual Estudos do Corpo Gordo Feminino (Facebook/Instagram), também criado pela idealizadora deste projeto, como suporte fundamental de suas investigações de doutoramento. Todas as ações advindas do grupo, bem como do projeto; pioneiro no Estado de Mato Grosso; têm como objetivo central a desmistificação do corpo feminino gordo como algo feio e doente. Por anos, as mulheres gordas foram vistas sob tal olhar, o que acabou normatizando esse pensamento e trazendo inúmeros prejuízos, de todas as ordens. A manutenção ou reforço do pensamento de que “ser gordo é anormal”, não só fomenta situações discriminatórias como também autentica todo um mercado da magreza como única condição corporal/estética para ser saudável e feliz.
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Anely Geralda 19/01/2023
Não consigo ser feliz, desde de adolescente, por causa do modelo do meu corpo, as pessoas criticam muito,mas o interior da pessoa eles não julgam,vivo assim falando com Deus, como teu qualidade, o corpo só serve para carregar espírito.
1 comentários