O funcionário público Robson Duran, de 47 anos, denunciou ao HNT nesta quarta-feira (26) as dificuldades para conseguir materiais de manutenção de colostomia pelo SUS em Cuiabá. Tratando um câncer no reto há cerca de três anos, o paciente é ostomizado e faz a retirada dos utensílios mensalmente no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), em Cuiabá.
“Eu sou ostomizado e uso bolsa de colostomia há três anos, sempre fiz a retirada dos materiais usados na manutenção da bolsa no Hospital Júlio Muller, pelo SUS, nunca tive problemas. No entanto, há três meses que eu não consigo mais pegar, porque eles alegam que estão em falta. Eu tenho cadastro no hospital e todo mês recebo 10 unidades de bolsa e os acessórios utilizados para manter a colostomia. Devido à demora, até procurei outros lugares que pudessem fornecer os materiais, mas não tem”, contou.
Segundo Robson, cada bolsa dura de quatro a cinco dias e o custo mensal dos materiais na rede particular da Capital varia de R$ 800 a R$ 1 mil.
“Ali é referência, todos os ostomizados de Cuiabá fazem essa retirada no Júlio Muller. Aqui não tem outro polo que faça isso. A partir do momento em que a pessoa é ostomizada, o acompanhamento médico é transferido pra lá. Cada bolsa dura de quatro a cinco dias, se eu fosse comprar elas para passar o mês, gastaria aqui em Cuiabá cerca de R$ 800 a R$ 1 mil. Tem muitos pacientes na mesma situação, sem os utensílios e sem condições de arcar com esses custos”, explicou.
Em busca de uma maneira ‘alternativa’ de continuar com o tratamento, o paciente explicou que encontrou em grupos de apoio voltados para pessoas ostomizadas suporte e doações.
“Eu tenho recebido muita ajuda. Aqui em Cuiabá eu não encontrei nenhum grupo de pessoas ostomizadas, mas eu participo de um grupo onde tem pessoas do Brasil inteiro e, lá, os membros se ajudam. Normalmente, quem tem sobrando manda por correio e a pessoa só paga o frete”, disse.
SEM RESPOSTAS
Em posse de documentos que comprovam as tentativas de retirada das bolsas em maio, junho e julho, Robson informou que até hoje não recebeu um parecer do hospital.
Segundo o paciente, uma funcionária chegou a fornecer um telefone para que fosse verificado o atraso da entrega das bolsas, no entanto, o contato fornecido não funciona e sempre está “ocupado”.
OUTRO LADO
Em nota, a administração do HUJM informou que mantém contrato com o município de Cuiabá para entrega limitada em 3,5 mil bolsas, sem mencionar o prazo dessa entrega. Também justificou que o número de pacientes assistidos dobrou e que a capacidade mantida é de até 210 pacientes. Confira a íntegra das explicações!
NOTA HUJM
O HUJM tem a informar que atualmente possui um contrato com o município de Cuiabá para efetuar a entrega de no máximo 3500 bolsas de colostomias. Este quantitativo de bolsas se mantem desde 2016, não tendo sofrido reajustes nem em relação ao número de bolsas entegues, nem em relação aos incentivos estaduais para este fim.
Até o ano de 2022, o HUJM tinha cadastrado menos de 200 pacientes, sendo que o número contratualizado de bolsas o HUJM possui capacidade para atender até 210 pacientes. No entanto, no ano de 2023 saímos de 210 pacientes cadastrados, para mais de 400 pacientes, ou seja, ultrapassando o número de bolsas contratualizadas pelo HUJM.
Neste sentido, já foram tomadas providências para aquisição de novas bolsas para manutenção do atendimento aos pacientes já cadastrados, com previsão de restabelecimento de fornecimento em no máximo em 30 dias. Paralelamente, iniciamos negociações junto ao município de Cuiabá para aumento do teto contratualizado para ser possivel atendimento a novos pacientes.
Lembrando que o HUJM não deveria ser o único centro de ostomias no Estado e este serviço deveria ser decentralizado pela rede estadual nos demais municípios do Estado do Mato Grosso.
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