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Além dos jovens avaliados como analfabetos, Sintep indica que evasão escolar no ensino noturno chega a quase 50% |
Quase 200 mil jovens e adultos a partir de 15 anos são avaliados como analfabetos pelo último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, em Mato Grosso. A situação indica que a realidade da educação no Estado está longe de ser a ideal.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT), Gilmar Soares, a falta de escolaridade é gritante e complexa. Se há 20 anos, as escolas públicas eram centros de excelência, e apresentavam outra realidade do analfabetismo, no século 21 o cenário é de unidades cheias de complicações e de individualismo exacerbado, diz o sindicalista.
Segundo Gilmar Soares, em 2006, o IBGE fez o levantamento no qual apontava que 222 mil jovens e adultos eram avaliados como analfabetos. Cerca de 360 mil pessoas responderam que tinham de um a três anos de escolaridade, portanto consideradas semianalfabetas. Para pessoas que frequentaram de quatro a sete anos de escola foram quantificadas 816 mil pesquisados.
“Nós estamos vegetando no ponto de vista do investimento em educação. Não há investimentos na educação básica, e o crescimento de matrículas no ensino superior é direcionado para a iniciativa privada que é um equívoco. A educação de jovens e adultos tem mais intenção de superar estatísticas do que proporcionar ensino de qualidade”, refletiu.
A pesquisa do IBGE indica que de todos os brasileiros que vivem na região Centro-Oeste, apenas 9,7% declararam ter ensino superior completo.
Além dos problemas indicados, Gilmar Soares comenta que o ensino médio no Estado vive uma crise gravíssima. Os jovens, principalmente os que frequentam o ensino noturno estão desmotivados.
“O índice de evasão escolar no período noturno chega a quase 50%, porque o sistema de ensino atual não é atrativo para os estudantes”.
Os 200 mil jovens que foram avaliados como analfabetos têm seus anseios de um dia ingressar no mercado de trabalho. Neste ponto, a dicotomia no Estado e até mesmo no país está no seu grande desenvolvimento econômico, porém, do outro lado da balança um futuro para muitos que amargarão o subemprego ou a falta de qualificação por causa de uma educação deficiente.
Na avaliação de Gilmar Soares, a cadeia que se forma por conta de uma educação deficitária reverbera em outros setores como por exemplo, crescimento da marginalidade, falta de emprego qualificado, falta de inovação e desenvolvimento no mercado competitivo mundial, entre outros fatores.
OUTRO LADO
A assessora especial da Secretaria de Educação do Estado, Rosa Neide Sandes disse que Mato Grosso está entre os 11 estados com menor índice de analfabetos.
No dia 18 deste mês, a Seduc revisou o Plano Estadual de Educação para os próximos 10 anos. Rosa Neide disse que um dos compromissos para os próximos anos é a erradicação total do analfabetismo no Estado.
“Iremos diagnosticar os analfabetos, especialmente os que moram no campo, como áreas ribeirinhas, quilombolas e indígenas através do Programa Brasil Alfabetizado. Além disso, iremos ampliar o programa de alfabetização de adultos diminuindo ano a ano o número de analfabetos”, disse.
A assessora disse ainda que o Estado é responsável pelos trabalhadores que entram em Mato Grosso para trabalhar e que não tem nenhuma instrução escolar. “Teremos ajuda e parceria de organizações como o MST para identificar áreas com analfabetismo”, observou.
Comparando os dados levantados pela Sintep de que em cinco anos o estado diminui somente 22 mil analfabetos, a Seduc deverá fazer uma força-tarefa para conseguir em 10 anos erradicar os quase 200 mil habitantes sem instrução escolar no Estado.
OUTROS DADOS
Os dados IBGE confronta índices de 2000 e de 2010. Em 2000, o Centro-Oeste contava com 4,5% analfabetos na faixa etária de 7 a 14 anos. Em 2010, este índice diminuiu para 2,8%.
Mato Grosso lidera, na região Centro-Oeste, como Estado com maior índice de analfabetos entre crianças e pré-adolescentes com 3,3%, seguido de Mato Grosso do Sul com 2,8%, Goiás com 2,7% e Distrito Federal com 2,4%.
Na faixa etária de 15 a 17 anos a realidade é ainda mais crítica. No início da década, 22,5 % não frequentavam a escola. Em 2010, esse percentual caiu para 16,9%. Em 10 anos, a realidade do analfabetismo para esta faixa de idade diminui apenas 5,6%.
Na região centro-oeste, o estado em que o analfabetismo é maior entre adolescentes de 15 a 17 anos é Mato Grosso do Sul com 20,6%, seguido de Mato Grosso com 18,7%, Goiás com 16,5% e Distrito Federal com 11,6%.
O IBGE também avaliou o nível de instrução na população com mais de 10 anos de idade na região centro-oeste. Para o formulário do Instituto, 47,6% declararam não ter nenhuma instrução ou ter fundamental incompleto. 24,3% da população no centro-oeste disseram ter ensino médio completo e superior incompleto. Entre os que tem nível fundamental completo e médio incompleto estão 17,6% da população.
A população atual do Estado de Mato Grosso apontado pelo IBGE são exatos 3.035.122 milhões de habitantes.
IBGE |
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