Arquivo |
![]() |
Lei do Zoneamento gera polêmicas em Mato Grosso |
O Estado gastou R$ 30 milhões para elaborar a Lei de Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSEE), sancionada pelo governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, em 20 de abril deste ano, mas ainda não enviou para a avaliação técnica do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
A importância da lei passar pelo crivo da comissão de aprovação, que é composta por 14 Ministérios e pelo Conama, é justamente para o alinhamento dos interesses estaduais com a União, principalmente em relação aos subsídios para áreas como transporte, mineração, hidrelétricas, metas de conservação, preservação de áreas indígenas, entre muitos outros segmentos sustentáveis no Estado.
No dia 29 de abril a Casa Civil garantiu que a lei seria encaminhada na primeira semana de maio, mas até o momento a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do governo federal, comandada por Roberto Vicentim, e que é responsável pela avaliação do Programa Nacional de Lei do Zoneamento, afirmou que não recebeu nenhum documento.
O secretário do Desenvolvimento Rural Sustentável reconhece que Mato Grosso, até hoje, viveu sem o regimento imposto pela lei e que o Estado têm, de certa forma, autonomia para o seu desenvolvimento. Porém, há uma hierarquia prevista pela constituição federal que rege todos os Estados.
O secretário do Desenvolvimento Rural disse que audiências para uma leitura crítica já foram solicitadas, porém a Secretaria está aguardando a chegada do documento oficial para a análise e assim poderem dialogar com todos os segmentos da sociedade.
Além disso, Roberto Vicentim esclarece que a lei pode ser o balizador da política de zoneamento sustentável nas esferas federal, estadual e municipal. “A lei precisa seguir não apenas a vontade política, mas expressar uma negociação da sociedade”, pontua.
A primeira observação técnica da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Sustentável será se os critérios seguiram a orientação do decreto federal 4.297 do ano de 2002, no qual é definida a metodologia para zoneamento de qualquer Estado brasileiro.
O secretário diz que sabe da polêmica gerada em Mato Grosso em relação a algumas incongruências apontadas, mas recuou dizendo que o Ministério do Meio Ambiente não poderia se manifestar. Porém, limitou-se a dizer que se a lei estiver fora dos padrões técnicos “será um despropósito com a opinião pública”.
O promotor de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, bem como representantes de entidades ambientalistas se uniram para fazer com que a lei seja vetada pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Conama.
O secretário Roberto Vicentim disse que até hoje não foram recusadas nenhuma lei por falta de rigor técnico em sua Secretaria, mas se existir poderá encomendar o veto.
Outras leis já foram apresentadas como a do Estado de Rondônia (2003) e do Pará em 2007. Outros Estados que estão em vias de finalizar ou na busca pelo estudo do Zoneamento Socioeconomico e Ecologico são: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná.
OUTRO LADO
Solicitado a informação sobre o porquê da demora no envio oficial da Lei do Zoneamento Socioeconômico Ecológico ao Ministério do Meio Ambiente, a Casa Civil informou que está averiguando a questão e que até o momento não tem repostas.
Sobre a lei do Zoneamento leia também:
Ministério Público vai entrar com ação civil contra Lei do Zoneamento
Ambientalista diz que governo rasga leis de proteção às florestas
Antes de ser regulamentada Lei de Zoneamento já enfrenta polêmicas
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.