Já se perguntou o porquê de fazer tanto calor em Cuiabá mesmo no inverno? As reclamações de calor e clima seco se tornam ainda mais frequentes neste períodos. Para explicar o motivo desse fenômeno, o HNT conversou com a meteorologista Andrea Ramos, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com a profissional, o calor intenso se deve à formação de um anticiclone no período de inverno, que atinge seu pico justamente em agosto, quando Cuiabá faz jus à alcunha de 'Cuiabrasa'.
“A gente está no inverno ainda. O inverno tem uma característica de manter alta pressão em altos níveis. O anticiclone mantém essa massa de ar quente e seca, atuando principalmente na parte central do país. E o núcleo dela fica justamente nessa área que envolve Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, explicou a profissional.
Andrea expôs que a combinação do clima seco, estiagem e queimadas, que se tornam mais frequentes justamente pela secura do clima, é a receita perfeita para o calor intenso percebido pelos mato-grossenses no período de inverno e especialmente em agosto.
“Em agosto é o pico, é a parte máxima. E principalmente nessa região de Mato Grosso e também de Mato Grosso do Sul. Tanto é que está tendo aumento de queimadas nessa área norte do Mato Grosso do Sul, no Pantanal. Além dessa característica da condição de tempo, tem também uma outra, que é a estiagem. Ou seja, a diminuição de chuvas. Então, esse pacotinho, essa característica da condição do inverno, favorece essa tendência que a gente está observando, que é bem comum agora em agosto”, disse ao HNT.
A profissional também esclareceu que o calor intenso não está sendo influenciado por nenhum sistema climático, como o El Niño ou La Niña. Caso algum desses fenômenos meteorológicos estivessem vigentes, a ‘quentura’ de agosto estaria ainda mais forte.
A previsão para o futuro não é a das melhores. Segundo Andrea, os dados do Inmet apontam para um aumento dos extremos. Ou seja, as temperaturas estão aumentando gradativamente. Com isso, o calor intenso deve piorar com o passar dos anos.
“O que nós temos é sempre o monitoramento dos dados. E, a partir dos dados, as pessoas fazem análises. O fato é que está tendo, nos últimos anos, um aumento dos extremos. O fato é que as temperaturas estão evoluindo, estão aumentando gradativamente. E os eventos extremos estão ficando mais frequentes e também intensos. Nós estamos vivendo uma era dessas. E Cuiabá e outras cidades também sofrem com isso. Tem essa tendência realmente das temperaturas evoluírem. E já percebe-se também a diminuição das chuvas. Então, essas características, já estão prevalecendo quando você faz uma análise de clima. A tendência do tempo mais seco, mais quente e com poucas chuvas, até porque os dados já estão dando esse indicativo”, concluiu.
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