Preso em flagrante por desviar o dinheiro de dízimos e outras doações à Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, na Asa Norte, o secretário-geral da paróquia, Paulo Cardoso de Vasconcelos (foto em destaque) costumava trocar mensagens com noivas que tinham o sonho de casar no templo.
Em uma das conversas, Paulo Cardoso de Vasconcelos chegou a oferecer “desconto” no valor da cerimônia caso a interessada fizesse o pagamento em dinheiro ou pix. O dinheiro também acabou tendo como destino o bolso do ex-funcionário, preso nessa segunda-feira (27).
De acordo com a personal trainer que está com casamento marcado na capelania, mas preferiu não se identificar, o então secretário afirmou que o valor para reserva de casamento era de um salário mínimo, mas faria o registro por R$ 1 mil. A única exigência seria que o valor fosse pago em espécie. “Lembro que ele frisou esse detalhe, que deveria ser dinheiro vivo, mesmo eu falando que não teria problema em pagar o valor integral”, disse a personal.
Ainda no diálogo, o larápio disse que faria o preço promocional, mas que o “chefe” não poderia saber. Ele se referia ao capelão da São Miguel Arcanjo e Santo Expedito. O homem acabou solto após passar por audiência de custódia, na manhã dessa quarta-feira (28/5), e vai responder ao processo em liberdade. Com as quantias, o gatuno comprava equipamentos eletrônicos, como notebooks e máquinas fotográficas. Paulo Cardoso de Vasconcelos foi levado para a delegacia e autuado por furto mediante fraude.
Investigações
De acordo com as investigações, o então secretário – que trabalhava na capelania desde 2019 – aproveitava todos os momentos em que estava no ambiente de trabalho para desviar parte do dinheiro que recebia em nome da igreja.
O dinheiro furtado ia desde pagamentos para cursos de catequese até quantias usadas para quitar a organização de festas juninas e celebrações. Quando foi abordado, o suspeito estava com R$ 470 em espécie escondidos nos bolsos da calça e do casaco de moletom.
Para não levantar suspeitas, principalmente do pároco da São Miguel Arcanjo, Paulo Cardoso, em um primeiro momento, enviava ao capelão apenas o código de barras para pagamento, sem discriminar o que estava sendo pago. No entanto, as “contas” seriam, na verdade, compras feitas pelo ex-secretário em lojas de departamentos. Além disso, Paulo Cardoso passou a forjar notas fiscais de supostas compras de resmas de papel, canetas esferográficas e outros materiais de escritório.
Valor suspeito
Recentemente, Paulo Cardoso chegou a apresentar ao capelão uma nota fiscal de R$ 1,7 mil supostamente referente à compra de grampeadores, pilhas alcalinas e canetas. Desconfiado do alto valor, o religioso procurou a assessoria jurídica da cúria militar levando algumas notas fiscais apresentadas pelo secretário.
Com os documentos em mãos, os advogados pesquisaram no site da Receita Federal e descobriram que várias notas fiscais haviam sido alteradas. Nessas pesquisas ficou constatado que as notas eram apresentadas como se fossem produtos utilizados pela capelania, como papel, canetas e pilhas.
No entanto, as notas verdadeiras eram de produtos bem diferentes, como notebooks, purificadores de ar e máquinas fotográficas. Nenhum dos equipamentos foi entregue pelo então secretário à igreja.
A reportagem não encontrou a defesa de Paulo Cardoso. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
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