De acordo com o relator do projeto, vereador Vitor Huro (MDB), a justificativa para a criação da data comemorativa é que "o nascimento de um bebê é um momento singular na vida de uma mulher, e não é diferente para as mamães reborn, porém, os seus filhos são enviados por cegonhas, sendo esse o nome conferido às artesãs que customizam bonecas para se parecerem com bebês reais".
O texto de justificativa ressalta ainda a importância dessas bonecas para pessoas que perderam um filho. "Tem sido utilizada em diversos países como forma de lembrança de um filho pequeno ou de um bebê que não sobreviveu, e ainda, tem contribuído para transformar os adultos colecionadores em mamães e papais, que passam a adotar essas experiências em suas vidas reais."
"Há ainda, relatos de casos em que são utilizados como terapia por psicólogos, para o restabelecimento de lutos e outros traumas. Nos casos de falecimento de um filho recém-nascido, o bebê reborn é utilizado por um curto período, sempre sob orientação profissional, auxiliando no processo de recomposição da mãe ou do pai enlutado."
O prefeito Eduardo Paes tem até o dia 3 de junho para se manifestar a favor ou contra a criação da lei, ou ainda sugerir ajustes no texto. O Estadão perguntou à prefeitura do Rio se há intenção do prefeito em sancionar o PL, mas não havia recebido um retorno até a publicação deste texto.
Este não é o único projeto de lei em tramitação no País abordando a febre dos bebês reborn, mas os outros - um nacional e outro paulistano - visam proibir o uso das bonecas em serviços públicos de saúde ou para tentar tirar proveito de benefícios legais para crianças de colo.
Postagens nas redes sociais sobre pessoas adultas utilizando bebês reborn como se fossem crianças reais, comparecendo a consultas médicas e carregando-as consigo pelas cidades, têm se popularizado. No entanto, a reportagem não encontrou, até o momento, comprovações de que os casos sejam reais e não apenas encenação para as redes.
Polêmica nas redes sociais
O uso de bebês reborn por adultos tem esquentado as discussões nas redes sociais. Há relatos nas redes de pessoas que tentaram marcar consultas médicas para bebês reborn ou até contratar advogado para processo de guarda compartilhada, mas a reportagem não conseguiu confirmar se os casos são reais.
Segundo o psicólogo Marcelo Santos, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a popularização do brinquedo por adultos pode ter benefícios à saúde mental. Isso porque permite criar comunidades, favorece o senso de pertencimento e a interação social, além de estímulo criativo e relaxamento.
"Não dá para 'patologizar' (definir a prática como doença) automaticamente. É importante analisar quais os contextos e as motivações por trás desses comportamentos", pondera.
O limite entre hobby e problema de saúde mental está na frequência, na intensidade, na distorção da realidade e no impacto na vida do indivíduo, segundo a psicóloga Rita Calegari, do Hospital Nove de Julho. É preciso saber separar o que é brincadeira da vida real.
Daniela Baccan, sócia da Alana Babys, loja e fabricante de bonecas de Campinas (SP), diz que, apesar do aumento de vendas para adultos nos últimos meses, a maioria das compras ainda é feita para crianças.
(Com Agência Estado)
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