Peritos da Polícia Federal apontam divergências e incompatibilidades na comparação da movimentação financeira da Focco Tecnologia, consultoria da qual o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni foi sócio, com a evolução patrimonial da empresa e a declaração de imposto de renda de quem contrata os seus serviços de engenharia.
Dados que constam do laudo criminal 3976/2013 da Polícia Federal, que investiga as ligações de Zaniboni e sua ex-empresa com o cartel de trens, mostram que a Focco movimentou ao menos R$ 57 milhões entre os anos de 2002 e 2012. Mais da metade desse montante - R$ 29 milhões - passou pela conta da empresa só no ano de 2010. O valor representa um salto na movimentação das contas da consultoria, que em todos os oito anos anteriores somados não chegou a movimentar essa quantia.
O laudo da Polícia Federal está encartado nos autos do inquérito Siemens, que admitiu a existência do cartel em São Paulo e no Distrito Federal entre 1998 e 2008 ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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Após o exame das contas da Focco, o perito criminal Luiz Antonio Cândido de Oliveira Filho comparou depósitos e transferências com declarações de imposto de renda dos tomadores de serviço da empresa. "Com exceção de 2003 e 2009, observam-se divergências significativas, indicando que os valores declarados pelos tomadores de serviço da empresa como pagos por serviços prestados não correspondem ao que foi creditado nas contas da Focco".
O advogado de João Roberto Zaniboni, Luiz Fernando Pacheco, nega haver incompatibilidade nas contas da empresa, que, diz ele, não apresenta aumento patrimonial indevido.
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