A exumação do corpo do ex-presidente João Goulart está em andamento no Cemitério Jardim da Paz, no município de São Borja (RS), terra natal de Jango. Os trabalhos começaram antes das 7 horas desta quarta-feira, 13, com a chegada da equipe de peritos. Não há prazo para a conclusão do processo, que pode se estender por horas.
Os peritos informaram que os trabalhos devem se estender pela tarde. Perfuraram a gaveta de cimento onde estava o caixão e aguardam a liberação total dos gases resultantes da decomposição do corpo, para então retirarem o caixão para o ambiente externo. Amostras do ar interno, confinado na gaveta, também foram colhidas para análises. A primeiras impressões foram positivas sobre a umidade do local, já que não é tão alta quanto se chegou a supor. Os peritos trabalham sob uma tenda, sem permitir o acesso até mesmo aos familiares, que aguardam a exumação sob um toldo, numa das alamedas do cemitério.
Por volta das 8 horas, as primeiras autoridades a chegar foram os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos). Políticos gaúchos se misturaram a antigos correligionários de Jango, morto em dezembro de 1976 em uma de suas fazendas na Argentina. A família do ex-presidente, valendo-se do assédio da imprensa às autoridades, entrou no cemitério sem dar declarações.
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O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também compareceu ao Cemitério Jardim da Paz para cumprimentar autoridades e a família Goulart. Nascido em São Borja, como Jango, relembrou sua relação pessoal com o ex-presidente, que inclusive o acolheu no exílio, em uma de suas propriedades rurais.
O ministro da Justiça confirmou a recepção dos restos mortais nesta quinta-feira, 14, em Brasília, na presença da presidente Dilma Rousseff, autoridades civis e militares, além de representantes do corpo diplomático. "Essas honras são devidas há muito tempo ao presidente João Goulart", afirmou.
Da cerimônia de chegada na base aérea da capital, o caixão seguirá para o Instituto Nacional de Criminalística (INC), órgão da Polícia Federal, para análises periciais a serem realizadas por técnicos brasileiros, argentinos, uruguaios e um especialista cubano, em colaboração com laboratórios estrangeiros não revelados.
Busca-se saber se Jango morreu em consequência de problemas cardíacos ou envenenado por agentes da Operação Condor, espécie de consórcio formado entre governos militares sul-americanos para repressão e eliminação de opositores políticos. Não há prazo para divulgação do laudo conclusivo.
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