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Brasil Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 07:00 - A | A

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Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 07h:00 - A | A

Drone operado pelo tráfico interrompe pousos e decolagens em Cumbica

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

Um drone controlado por traficantes paralisou por cerca de uma hora as operações do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na noite desta quarta-feira, 11, segundo a Polícia Federal (PF). A PF foi acionada após a detecção de acesso indevido de indivíduos à área restrita do terminal. Durante a ação, foram apreendidas três caixas, com 160 quilos de cocaína.

A reportagem apurou que os suspeitos pretendiam embarcar a droga clandestinamente em aviões com destino ao exterior. Um agente da segurança do aeroporto viu quando um carro parou e seus ocupantes jogaram três pacotes para três pessoas que se encontravam na parte interna do aeroporto. A PF foi acionada e os homens fugiram, deixando a droga para trás.

O drone foi usado para monitorar a ação policial. "As investigações continuam para apurar as circunstâncias do crime e identificar todos os envolvidos", diz a Polícia Federal.

Expor aeronaves e embarcações a risco é crime previsto no artigo 261 do Código Penal brasileiro. A previsão penal é de reclusão de 2 a 5 anos, devendo ser aumentada quando causa queda ou destruição.

Transtornos

Em nota, a Gol confirmou que dois voos precisaram ser cancelados e outros dez foram alternados para aeroportos próximos. Por sua vez, a Latam Airlines Brasil informa que mais de 20 voos com origem ou destino em Guarulhos foram afetados.

"Grande parte das aeronaves alternadas seguiu novamente para Guarulhos após reabastecimento e normalização das operações no aeroporto. Todos os clientes receberam as facilidades previstas na resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), conforme suas necessidades", disse a Gol. A Latam foi na mesma linha, mas ressaltou ainda que "repudia e lamenta a situação, totalmente alheia à sua responsabilidade". "E reforça que a segurança de seus passageiros e funcionários é prioridade em todas as suas operações", disse.

Segundo a CNN, um vídeo do canal Aviação Guarulhos JPD mostrou o momento em que um piloto avisou a torre de controle sobre o drone. "Bem na curta final (na área de aproximação), tem um cara com um drone. Avistei e passou à direita da nossa asa. Achei que ia ter que arremeter." Segundo a GRU, concessionária de Cumbica, o "uso de drones nas imediações do sítio aeroportuário coloca em risco a aviação e a integridade das pessoas".

Regulamentação

Para o especialista em aviação Maurício Pontes, CEO da C5I, empresa de consultoria e gestão de riscos, o drone representa uma ameaça à aviação quando invade o espaço aeroportuário. "Anteriormente, o problema nos aeroportos eram os pássaros, os lasers e os balões não tripulados, agora são os drones. O drone configura um risco potencial de acidentes com aviões, tanto que existe uma norma regulamentando a operação desses aparelhos e alguns vêm de fábrica com limitações que impedem que ele se aproxime da área de aeroportos. A geolocalização interfere e não permite que decole em zonas de risco", diz.

O especialista lembra que o aeroporto se divide em duas partes. Além da área de administração direta do aeroporto, há uma área de tráfego aéreo no entorno, que é prerrogativa do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), ou seja, é do Estado brasileiro.

A Anac e o Decea definem há anos restrições para a operação de drones em áreas próximas de aeroportos e aeródromos, com o objetivo de garantir a segurança aérea e evitar colisões. Eles não podem levantar voo dentro de um raio de até 5,4 km de um terminal. A partir desse afastamento a até 9 km do aeroporto, drones só podem ser operados até uma altura máxima de 30 m. Se o voo acontecer a uma distância superior a 9 km, os drones ficam liberados para atingir até 120 m de altura.

Segundo Pontes, a partir de uma determinada categoria, o drone precisa ser registrado na Anac. Atualmente a exigência é para aparelho com peso superior a 250 gramas, seja para uso recreativo ou profissional. O cadastro é feito no Sistema de Aeronaves não Tripuladas (Sisant). Os drones com peso inferior, embora não precisem deste registro, também estão sujeitos às normas de segurança.

Como aumentar a segurança?

"O aeroporto entra com medidas mitigadoras para tudo aquilo que traga algum risco para a operação. No caso dos pássaros, por exemplo, existem as aves treinadas para afugentá-los e avisos sonoros, entre outras formas de mitigação e prevenção. No caso dos drones, é um equipamento controlado por alguém e o aeroporto fica muito limitado para uma ação como essa, que acaba sendo gerenciada quando ele é visto", afirma o especialista.

Conforme Pontes, os aeroportos ainda não dispõem de bloqueios que possam impedir a entrada de drones em suas adjacências. Pela altitude em que operam, também é difícil que sejam identificados em radar. "Há ainda o risco do fly away, quando o drone pode sofrer interferência magnética e sair do controle do operador. Houve o caso, no passado, de um residente em Washington (EUA) que lançou o drone do prédio, perdeu o controle e o aparelho caiu na Casa Branca. É preciso vigilância intensa que demanda investimentos em câmeras e efetivo de segurança treinado para intervir prontamente." (COLABOROU RENATA OKUMURA)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Com Agência Estado)

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