O vazamento de conversas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) está aumentando a pressão para que a oposição aceite uma anistia limitada aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro, sem incluir o ex-chefe do Executivo. As mensagens vieram à tona após a Polícia Federal indiciar Bolsonaro e seu filho por coação no curso do processo por golpe de Estado.
Em um relatório da PF, mensagens trocadas em julho revelam que Eduardo alertou o pai sobre as consequências de uma "anistia light". O deputado afirmou que, caso o texto fosse aprovado sem beneficiá-lo, o governo de Donald Trump não o ajudaria mais.
"Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia ou enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num [regime] semiaberto", escreveu Eduardo.
A divulgação das mensagens, de acordo com o publicado pelo site Metrópoles, pode destravar as negociações por uma "anistia light", pauta defendida pelo centrão, que se mostra simpático em atenuar as penas dos envolvidos no 8 de Janeiro, mas não quer incluir Bolsonaro.
Para líderes partidários, o vazamento colocou o PL em uma posição pública desfavorável, deixando claro que Bolsonaro não está interessado em anistiar os presos a menos que ele também seja beneficiado.
A situação abre uma brecha para que outros partidos assumam a pauta e proponham um texto mais consensual, tirando a liderança da discussão do PL. Internamente, integrantes do partido reconhecem que, caso o projeto vá a votação, a inclusão de Bolsonaro será voto vencido.
O partido, no entanto, mantém publicamente o discurso de uma anistia "ampla e irrestrita".
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