O plano foi elaborado por representantes de diferentes modais - rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e de mobilidade urbana - e servirá como subsídio ao Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que será apresentado durante a COP30, em novembro, em Belém (PA).
A iniciativa é liderada pela Motiva (antiga CCR), com apoio da Confederação Nacional do Transporte (CNT), do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e do Insper.
Conforme as conclusões do documento, em um cenário de inação, as emissões do setor de transportes somarão 424 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). Já com a aplicação das medidas, o volume cairia para 137 milhões.
A principal contribuição vem da ampliação da frota de veículos elétricos e/ou híbridos, com potencial para eliminar 145 milhões de toneladas dos gases de efeito estufa.
Outra medida é o aumento dos modais ferroviário e hidroviário, com proposta de elevar dos atuais 31% para 55% na participação da matriz de transportes, o que permitiria evitar a emissão de 65 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
O setor ferroviário, por exemplo, poderia dobrar sua participação na matriz com investimentos estimados em R$ 270 bilhões, incluindo ampliação da malha e adoção de tecnologias mais eficientes.
O terceiro eixo de redução é a ampliação do uso de biocombustíveis como etanol, diesel verde e o combustível sustentável de aviação (SAF), que juntos evitariam a emissão de 45 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. A demanda por esses combustíveis poderia passar dos atuais 30 bilhões de litros para 55 bilhões até 2050, com potencial de atrair R$ 225 bilhões em investimentos.
No setor aéreo, a expectativa é de que 22% da matriz energética seja composta por SAF até 2050, com até 11% das aeronaves operando com combustíveis sintéticos. Para o presidente da CNT, Vander Costa, a adoção de biocombustíveis deve respeitar critérios técnicos e testes rigorosos antes de sua aplicação em larga escala.
"A transição energética no transporte exige uma abordagem multifacetada, que respeite as realidades locais e assegure a viabilidade técnica de cada solução. No caso dos biocombustíveis, por exemplo, é essencial que qualquer porcentual de adoção seja precedido por testes rigorosos, garantindo segurança e compatibilidade com as condições de operação", afirma Vander Costa.
A mobilidade urbana, que representa 45% das emissões nas cidades, também foi contemplada no estudo. O plano propõe soluções para evitar deslocamentos desnecessários, promover modais coletivos e eletrificar frotas. Estima-se que as ações exigirão R$ 53 bilhões, parte deles já previstos no Novo PAC, programa federal de investimento em infraestrutura.
Coalização dos Transportes
A Coalizão dos Transportes reúne mais de 50 organizações públicas, privadas, acadêmicas e da sociedade civil. Lançada no ano passado, é liderada pela Motiva, CEBDS, CNT e o Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável do Insper.
Conforme os termos do grupo, a Coalizão tem como objetivo acelerar a transição para um sistema de transporte mais limpo, eficiente e integrado, contribuindo com soluções técnicas e estratégicas para o novo Plano Nacional sobre Mudança do Clima.
Estruturada em seis frentes - rodoviária, ferroviária, aquaviária, aérea, mobilidade urbana e infraestrutura transversal - a iniciativa propõe uma abordagem sistêmica e baseada em evidências para reduzir emissões, estimular inovação e fortalecer o papel do Brasil como liderança global na agenda climática rumo à COP30.
(Com Agência Estado)
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