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Brasil Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 18:15 - A | A

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Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 18h:15 - A | A

'Abin Paralela': governistas e opositores reagem ao indiciamento de Bolsonaro, Carlos e Ramagem

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

Na manhã desta terça-feira, 17, a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a espionagem de opositores durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O indiciamento dos envolvidos no caso conhecido como "Abin paralela" provocou repercussões tanto de aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como de opositores ao governo.

A PF concluiu pelo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL).

Carlos Bolsonaro se pronunciou nas redes sociais já nesta terça sobre seu indiciamento: "Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo?", ironizou o filho "02" do ex-presidente.

"Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!", escreveu vereador no X (antigo Twitter).

Bolsonaro pretende lançar Carlos ao Senado por Santa Catarina, onde venceu o presidente Lula e mantém um dos governadores aliados.

Irmão de Carlos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também reagiu ao inquérito, afirmando se tratar de uma "perseguição" contra a sua família. "Mais uma acusação mentirosa, sem pé nem cabeça", disse o senador na manhã desta terça-feira em seu perfil no X.

"Bastou ontem Carlos Bolsonaro ter se manifestado em suas redes sociais sobre a intenção de concorrer ao Senado e, hoje, a Polícia Federal vaza a notícia de seu indiciamento", escreveu Flávio.

Jair Bolsonaro compartilhou no Instagram uma publicação do deputado estadual de Santa Catarina Alex Brasil (PL), destacando que o indiciamento ocorre após Carlos Bolsonaro ser cotado para o Senado.

"Mais uma vez, a máquina estatal parece operar com uma precisão cirúrgica contra aqueles que desafiam o establishment", escreveu na legenda da publicação.

Governistas comemoram o inquérito da PF

Em contrapartida, políticos e figuras da esquerda reagiam positivamente ao inquérito da PF. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou o uso "de estruturas oficiais para fins privados e políticos".

O petista também afirmou que "a 'Abin Paralela' não era um desvio isolado, mas um instrumento da estratégia golpista de controle da informação, intimidação de opositores e manipulação da opinião pública", disse o deputado.

"Trata-se de mais uma evidência de que o bolsonarismo operou de forma coordenada para corroer as bases da democracia brasileira por dentro."

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) disse em seu perfil do X na manhã desta terça que "a 'Abin paralela' é mais uma peça do projeto bizarro de poder de Bolsonaro".

"Liderada por Carluxo e Ramagem, essa máquina ilegal espionou cidadãos, produziu dossiês clandestinos e atacou Judiciário, Legislativo, imprensa e até presidenciáveis. É caso grave de terrorismo de Estado", sustentou a deputada.

"Não adianta ficar de mimimi, vai todo mundo pra cadeia", escreveu o deputado federal André Janones (Avante-MG) no X, também na manhã desta terça.

Vereador de Belo Horizonte (MG) e sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Pedro Rousseff (PT) pediu "prisão preventiva dessa quadrilha", se referindo a Bolsonaro, Carlos e Ramagem. O mineiro também compartilhou em seu perfil do X uma foto dos três indiciados em preto e branco: "Tic-Tac", escreveu na legenda.

O deputado federal paulista Ivan Valente (PSOL) comemorou em seu perfil no X: "Indiciado de novo!", escreveu o parlamentar.

"A PF indiciou Jair Bolsonaro, o filho Carlos, Alexandre Ramagem e Luiz Fernando Corrêa, diretor da Abin no governo do golpista, no inquérito da 'Abin paralela', que invadiu celulares e computadores de pessoas e autoridades públicas, durante a gestão de Bolsonaro. Como eu sempre digo, vai ter cadeia!", declarou.

Deputada federal pelo Rio Grande do Sul, Maria do Rosário (PT) disse que "Bolsonaro transformou a Abin num covil de milícia digital. Usaram o Estado para espionar ilegalmente opositores, jornalistas e até os Três Poderes".

"Vergonha nacional! Agora, só resta uma resposta à altura: #SemAnistia para Golpistas!", disse a deputada.

Desde as investigações, o caso é conhecido como "Abin paralela". A Abin é um órgão destinado à produção de informações estratégicas ao Palácio do Planalto.

O inquérito da PF apurou a existência de um núcleo "paralelo", com a estrutura do órgão, para a produção de diligências que atendessem a interesses políticos e pessoais de Jair Bolsonaro e seus familiares. Entre as atividades ilícitas da "Abin paralela" estariam, segundo a PF, espionagens ilegais contra opositores do ex-presidente.

Também constam entre os indiciados o atual diretor-geral da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número dois do órgão, Alessandro Moretti.

A PF aponta que houve "conluio" entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que os monitoramentos ilegais viessem a público. Corrêa é um nome de confiança do PT e já havia chefiado a PF entre 2007 e 2011, durante o segundo mandato de presidencial de Lula.

A PF também identificou uso do aparato paralelo para atividades do "gabinete do ódio", revelado pelo Estadão em 2019. O grupo, coordenado por Carlos Bolsonaro, especializou-se em difamar reputações de inimigos políticos de Jair Bolsonaro e disseminar informações falsas nas redes sociais.

Segundo a PF, entre os monitorados de forma ilegal, estão os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador de São Paulo João Doria, e os deputados federais Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia (União Brasil-RJ), ex-presidentes da Câmara.

Em outubro de 2023, a PF deflagou a Operação Última Milha, cujo nome faz referência ao software "espião" First Mile, desenvolvido por uma empresa israelense e especializado em rastreio de celulares. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.

Meses depois, em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.

Bolsonaro e Ramagem são réus no STF pela tentativa de um golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), a Abin foi aparelhada durante a gestão do ex-diretor-geral para a produção de dossiês caluniosos ao sistema eletrônico de votação.

(Com Agência Estado)

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