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Artigos Sábado, 10 de Dezembro de 2011, 16:00 - A | A

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Sábado, 10 de Dezembro de 2011, 16h:00 - A | A

Erro ou esquizofrenia?

O governo mantém comportamento errático e esquizofrênico diante da crise. Ora a presidente declara que o momento é grave e o Brasil será atingido. Ora pede aos brasileiros para gastarem mais, na ideia de que o consumo interno assegurará o crescimento

ARTHUR VIRGILIO

Divulgação

Lisboa – As dívidas em atraso entre 15 e 90 dias saltaram de 5,5% em outubro de 2010, para 6,9% no mesmo mês deste ano. As que registram atrasos acima de 90 dias subiram de 4,7% para 5,5% em um ano.

No terceiro trimestre de 2009, quando o governo considerava a crise no “passado”, o dólar estava cotado entre R$1,85 e R$1,90, mais ou menos o patamar de hoje. Os preços das commodities recuaram, abrindo espaço para o Banco Central cortar os juros que desceram para 8,75% no mês de julho. Era a brecha também para a expansão do crédito.

No início de 2009, o petróleo caiu para US$33 o barril. Hoje, ele está em alta, em torno de US$100 o barril. Certamente continuará pressionado, em função do quadro de instabilidade no Oriente Médio e no Norte da África e da elevação da demanda pelos países emergentes.

Além dos sucessivos casos de corrupção, a inflação é a grande dor de cabeça do governo Dilma, que maquia os índices de 2011 para tentar fazê-lo caber no teto (já por si elevadíssimo) da meta: promoveu o corte na CIDE e adiou a entrada em vigor do imposto no setor de fumo.

Na crise de 2008, a forte queda nos preços do petróleo e das commodities fez a inflação cair de 6,41% em maio para 4,2% um ano depois. Em 2011, a inflação atingiu o “pico” de seis anos no IPCA de setembro: 7,31%, com leve desaceleração no ultimo trimestre. O terceiro trimestre deste ano teve PIB de crescimento zero. O quarto será parecido.

Como a gastança eleitoreira de Lula artificializou crescimento acima de 7% em 2010, o ano corrente nasceu crescendo mais de 2% pelo efeito carry over, transferência automática de um exercício para o outro. Ao final talvez não chegue a crescer 3%, contra inflação de, no mínimo, 6,5%. Em 2012, espera-se crescimento medíocre, em torno de 3%, contra inflação de quase 6%. Bem diferente do Peru, país pequeno, que vem crescendo, há anos, a taxas elevadas, com inflação reduzida. Em2011, por exemplo, crescerá mais de 7%, contra inflação de 2%.

Aqui a arrecadação aumenta absurdamente, levando a carga tributária para 37% do PIB. Os gastos públicos, igualmente, sobem sempre bem acima do PIB, descontada a inflação. Temo pelo superávit primário de 2012. Temo que venha mais maquiagem por aí.

O governo mantém comportamento errático e até esquizofrênico diante da crise mundial. Ora a presidente declara que o momento é grave e o Brasil será atingido. Ora pede aos brasileiros para gastarem mais, na idéia de que o consumo interno assegurará o crescimento. Repete o discurso de Lula, em 2008. Não leva em conta que aquele ano nada tem a ver com 2012.

A propaganda oficial é forte. Mas a economia vai mal e as pessoas começarão (se é que já não começaram) a perceber isso.

(*) ARTHUR VIRGILIO é Diplomata, foi líder do PSDB no Senado e escreve para HiperNoticias.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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