Edison Rodrigues/Secom/MT |
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Profeticamente em 1975 o então governador José Garcia Neto escolheu o slogan de seu governo e chegou a ser criticado por isso: “Mato Grosso – Estado Solução”. Como ex-deputado federal e uma vivência política de 30 anos até à época, ele antevia o futuro do Estado que naquele instante experimentava a migração de larga escala de brasileiros de todas as regiões, do Sul e do Sudeste, especialmente, para a “Marcha para o Oeste”. O destino era ocupar a Amazônia, um projeto estratégico dos governantes militares do Brasil.
Lá se vão mais de 30 anos. Tempo mais do que suficiente para que a profecia do ex-governador seja reconhecida como verdade e retrate o começo de um futuro de multiplicações. Vamos aos fatos que são a proposta deste artigo. As questões econômicas mundiais apontam para a mudança dos eixos tradicionais do poder mundial. A equação mundial será alimentos, etanol (combustível renovável e limpo) e recursos minerais. Num futuro médio, a água também será motivo de grande cobiça.
O Centro-Oeste brasileiro reúne todas as condições de preencher essa posição de liderança em grãos, carnes, etanol e água. Aliás, essa riqueza foi profetizada pelo sacerdote italiano Dom Bosco, em 1883, referindo-se ao planalto central brasileiro.
Ele disse: “Eu enxergava nas vísceras das montanhas e nas profundezas da planície. Tinha, sob os olhos, as riquezas incomparáveis dessas regiões, as quais, um dia, serão descobertas. Eu via numerosos minérios de metais preciosos, jazidas inesgotáveis de carvão de pedra, de depósitos de petróleo tão abundantes, como jamais se acharam noutros lugares. Mas não era tudo. Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”.
A proposta deste artigo é registrar o paralelo entre a realidade mundial atual, a profecia e a realidade regional que o Centro-Oeste, chamado de planalto central na profecia, já atingiu.
O que nos parece grave vem como exemplo da China que tomou três medidas macroeconômicas recentes: investir e explorar todos os tipos de energia em qualquer lugar no mundo; investir em infraestrutura para facilitar o transporte a fontes de alimento em qualquer lugar no mundo e, por fim, investir na produção e na compra de alimentos em qualquer lugar no mundo. Se considerarmos que a China tem 1 bilhão e 400 bilhões de boca para alimentar, estas propostas soam com um apocalipse! Onde eles encontrariam tanta comida? A resposta está no Planalto Central brasileiro. Num artigo próximo trarei o impacto atual da presença estrangeira dos Estados Unidos, da Europa, do Japão e da China na região em busca de comida, de terras e de água na região.
Agora, porém, gostaria de deixar a reflexão: com essa onda mundial enorme vinda em nossa direção, arrombando tudo na sua passagem pra garantir a sobrevivência de bilhões de pessoas no mundo lá fora, nós brasileiros do Centro-Oeste, e nós de Mato Grosso estamos prontos para lidar com ela?
Mas a pergunta mais crucial é: estamos nos preocupando com isso?
(*) ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso. E-mail: [email protected]
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