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Artigos Terça-feira, 26 de Junho de 2012, 00:01 - A | A

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Terça-feira, 26 de Junho de 2012, 00h:01 - A | A

“As palavras que digo escondem outras”

Na semana passada, o grande fato político foi o de Guilherme Maluf, pré-candidato a prefeito, ter ido ao cartório para registrar o documento afirmando que, se eleito, governará Cuiabá por quatro anos. Seu principal oponente, Mauro Mendes, não assinou ...

SÉRGIO CINTRA

Divulgação

Na semana passada, o grande fato político foi o do deputado Guilherme Maluf, pré-candidato ao paço municipal, ter ido ao cartório para registrar o documento no qual afirma que, se eleito, governará Cuiabá por quatro anos. O seu principal oponente, Mauro Mendes, diz que não assinará documento semelhante porque seria demagogia. Pêcheux afirma em sua teoria da Análise do Discurso que o discurso deve ser analisado levando-se em conta os aspectos ideológicos, sociais, históricos e o que diz aquele que o fala (enunciação).  Assim poderíamos afirmar que para cada “dizer” há um “não-dizer”.  Trocando em miúdos: quando digo “A”, não digo “B,C,D etc”. De maneira mais simples e poética foi isso que nos disse Clarice Lispector ao enunciar  “As palavras que digo escondem outras”.

Não quero me perder na linguagem poética de Clarice ou nas interessantes teorias pechetianas.  Antes, pretendo, dialeticamente, analisar os discursos dos pré-candidatos e suas implicações na conjuntura política cuiabana e, por extensão, mato-grossense. Aliás, ninguém, no seu juízo perfeito, pode pensar 2012 sem avaliar as consequências em 2014. Estamos assistindo a uma partida de xadrez que terminará apenas no ano da Copa.

O PSDB, a muito hegemônico na política cuiabana, errou ao tentar alçar um voo mais alto rumo ao Paiaguás e, consequentemente, perdeu as rédeas do poder no Alencastro, além de um grande desgaste político para a legenda. Esse vácuo, a princípio, explicaria a profusão de candidatos a prefeito. E o desgaste do partido, aliado ao prematuro falecimento de Dante, resultaria numa ação política tímida na capital e no encolhimento do partido no interior do estado. Tudo isso sem levarmos em conta as “tratoradas”  do PT e seus aliados. Nesse cenário adverso, sobreviveu o deputado Guilherme Maluf, cuiabano e médico, como a tábua de salvação do PSDB em Mato Grosso. Mesmo assim, encontrou certa resistência dos tucanos mais emplumados no pleito da disputa pela prefeitura, finalmente vencida com a vinda de Aécio Neves a Cuiabá.

Voltemos ao compromisso assumido, em cartório, por Maluf, de governar Cuiabá por quatro anos. Ao fazê-lo, primeiro, o deputado diz que tem compromisso com sua terra e sua gente. Segundo, estabelece um diferencial concreto entre ele e seu correligionário Wilson Santos que, aliás, já admitiu publicamente que foi um erro deixar o Alencastro. Terceiro, estabelece a maneira como se dará a sua relação com a população cuiabana. Ora, se se assina documentos pra tudo (contrato de trabalho, prestação de serviços como TV a cabo, plano de saúde, conta bancária, seguros, conta em armazém  etc), por que não documentos que estabeleçam a vontade popular; mais, o compromisso do futuro gestor com sua cidade não devam ser assinados. Por último, está dizendo o que o seu oponente insiste em não dizer, em silenciar.

Mauro Mendes (e vários veículos de comunicação social) limita-se em dizer que Serra foi ao cartório, assinou e não honrou. Com isso Mauro pode estar não dizendo, no mínimo, duas coisas: uma, que Guilherme Maluf será igual a Serra porque ambos são do PSDB. Outra, que ele, Mauro, não assina porque também agirá como Serra e será candidato ao governo do estado.  Não assina porque, se paladino da ética e da moral, sua palavra basta.  Ou não assina porque, como parece claro para todo e qualquer analista, será candidato ao governo de Mato Grosso em 2014 e não quer macular sua incipiente vida pública com esse perjúrio. Como paladinos e vestais estão meio sumidos, então...

Eni Orlandi, a quem tive o privilégio de ouvir, afirma que no silêncio constitutivo (político) o sujeito diz X para não dizer Y. Quando Mauro silencia sobre uma possível candidatura ao governo em 2014, ele só o faz com relativo sucesso  porque há os “mediadores” que transformam o caráter polissêmico do discurso em algo unívoco, homogêneo. Para entendermos melhor: Todos sabíamos que com a “privatização” (não sei por que continuo usando aspas) da Sanecap, a água sofreria reajustes, que a CAB não mais daria satisfações ao legislativo etc. Todavia, preferiu-se o silenciamento do óbvio e o resultado esta aí – um desastre.

Sem mais abstrações e ilações, o fato é único: Um assinou; o outro, não. Depois, não digam que não sabiam; ou foram enganados. É isso.

(*) SÉRGIO CINTRA é professor e presidente estadual do PTdoB. E-mail: [email protected]

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jose antonio dos santos medeiros 26/06/2012

Sinceramente professor seu artigo é parcial e lhe deixa menor.

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Leandro Momente 26/06/2012

Começou tempo eleitoral dos escritos na era pós Wilson ... eita saudade desenfreada!

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2 comentários

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