Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,19
euro R$ 5,53
libra R$ 5,53

00:00:00

image
ae7b65557f584ffa666eb2a35ce5142f.png
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,19
euro R$ 5,53
libra R$ 5,53

Variedades Domingo, 15 de Dezembro de 2019, 10:50 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Domingo, 15 de Dezembro de 2019, 10h:50 - A | A

EM ÔNIBUS

Com salários atrasados, técnico de enfermagem vende balas em ônibus

G1

Edson é técnico de enfermagem e deveria estar na sala vermelha do Hospital Pedro Segundo, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, salvando a vida dos doentes mais graves. Mas está vendendo bala nos ônibus da cidade, como mostrou o RJ2. Foi a alternativa que ele encontrou para conseguir levar comida para casa.

Reprodução

técnico enfermagem

 

“Eu não tenho o meu salário, não tenho o meu 13º, eu não tenho o meu tíquete, não tenho minhas férias, entendeu? Está tudo atrasado. E os nossos profissionais estão nas mesmas condições que eu estou passando. Muito estão passando fome”, disse Edson em uma das abordagens aos passageiros de um coletivo.

Com um cartaz, Edson adverte que a Saúde do Rio está agonizando.

“Sabe o que é agonizar? É a pessoa estar em uma condição sem saber o que fazer, completamente descontrolada do seu lado racional”, enfatizou o técnico de enfermagem.

Ainda em um de seus discursos no ônibus, Edson fez um apelo ao prefeito Marcelo Crivella.

“Senhor prefeito, tenha coragem. Não tenha essa covardia de pedir piedade. Piedade é o que a gente está pedindo”, cobrou.

A declaração de Edson fez referência ao pedido do prefeito ao Tribunal Superior do Trabalho diante da determinação de prestação de contas para que pudesse ser feito arresto de R$ 325 milhões para quitar os salários atrasados dos 22 mil funcionários das OSs.

A agonia de Edson não é isolada. São centenas de profissionais que estão lutando para sobreviver diante da falta de dinheiro, já que os salários estão atrasados.

“A gente vai para três meses de salários atrasados, a gente está sem décimo terceiro. Está todo mundo estressado na cozinha. Um colega de trabalho discutindo com outro porque está passando situação pessoal, sendo expulso de casa porque não paga aluguel, entendeu? Um pessoal passando necessidade. Eu mesmo estou sem botijão de gás, meu gás acabou e não tenho dinheiro para comprar gás. O banco que eu tenho empréstimo para pagar todo dia 18 está correndo juros porque eu não tenho dinheiro para pagar”, desabafou o cozinheiro Carlos Antunes.

O vigia Claudecir Salgueiro também relata dificuldades em casa e teme como será o Natal e réveillon da família. “As coisas estão faltando em casa, roupa das crianças. Natal e ano novo chegando e meus filhos perguntam e eu não sei nem o que responder”, disse.

“Tem pessoas que receberam a passagem, mas o dinheiro caiu na conta e estava devendo o banco que comeu o dinheiro e a pessoa não tem como vir. Aluguel que está atrasado, amigo meu vendendo bala no trem”, contou a enfermeira Gisele Menezes, amiga de Edson.

Enquanto os profissionais sofrem sem salários, a população agoniza sem atendimento médico. “Eu não consigo atendimento. Eu estou há quatro dias tentando fazer um exame, tentando atendimento. Eu estou com o corpo todo cheio de manchas roxas pelo corpo todo”, contou Janaina Gomes, que também é técnica de enfermagem.

Nesta sexta-feira (13), a Justiça determinou que a prefeitura crie imediatamente um gabinete de crise. Foi um pedido da Defensoria Pública e do Ministério Público.

O gabinete deverá funcionar até março de 2020 com participação das Organizações Sociais que administram algumas unidades de saúde no município. A prefeitura do Rio também deve apresentar em 30 dias um plano para recomposição do serviço de saúde.

Questionada sobre a instalação do gabinete de crise, a prefeitura disse que ainda não foi notificada da decisão.

Prefeito é vaiado

Durante toda essa crise na Saúde municipal, Crivella, que nega a existência do problema, fez uma aparição pública neste sábado (14). Ele inaugurou uma clínica veterinária em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, e foi vaiado pela população, com gritos de "fora!”.

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram. 

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros