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Política Terça-feira, 02 de Outubro de 2012, 02:07 - A | A

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Terça-feira, 02 de Outubro de 2012, 02h:07 - A | A

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Em debate de reta final na TV Record, candidatos "requentam" farpas e polêmicas do último fim de semana

Morno em conteúdo propositivo, encontro televisivo serviu para Mendes, Maluf e Lúdio lavarem a roupa suja surgida no noticiário da última sexta a domingo - o jato do Temer, Residencial Santa Terezinha, calote do IPTU e "laranjas" de campanha

RENÊ DIÓZ

Primeiro debate da reta final da eleição municipal, o encontro da noite desta segunda-feira (1 de outubro) na TV Gazeta (Rede Record) entre os cinco candidatos a prefeito de Cuiabá cujos partidos detêm representação no Congresso Nacional serviu como caixa de ressonância dos ataques desferidos e as polêmicas geradas entre os postulantes Mauro Mendes (PSB), Lúdio Cabral (PT) e Guilherme Maluf (PSDB) no último fim de semana.

As farpas políticas entre os três, os quais também têm ocupado as primeiras colocações nas principais pesquisas recentes de intenção de votos, salpicaram os questionamentos formulados a partir do segundo bloco.

Morno e de poucas declarações incisivas no aspecto propositivo, ainda assim o debate foi considerado o mais movimentado dos que ocorreram até agora - “esquentado” por referências a controvérsias que tomaram o noticiário do fim de semana como a que envolve o jatinho usado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) para vir a Cuiabá dar apoio ao PT, a reivindicação de Mendes da viabilização do Residencial Santa Terezinha, o suposto calote de IPTU por parte de Maluf e do candidato petista e a acusação do postulante socialista contra o tucano e o candidato do PPL, Adolfo Grassi (não convidado para o debate), de agirem na campanha em favor de Lúdio.

 

Marcos Lopes / Hipernotícias

Logo no início do debate, Lúdio teve de dar satisfações a respeito do jato usado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), polêmica levantada pela revista VEJA

 

O JATO 

Após um primeiro bloco arrastado por respostas e ideias quase convergentes em torno da questão ambiental (pergunta dirigida pelo mediador a todos os postulantes), o debate se movimentou na discussão gerada pela pergunta feita por Maluf a Lúdio a respeito do jatinho usado por Temer, o qual pertence a uma empreiteira com supostas ligações com a construtora Delta – envolvida em escândalos nacionais protagonizados pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.

Tais informações surgiram no fim de semana na edição da revista VEJA e Lúdio tentou manter tranqüilidade para responder que a viagem de Temer não tem relação direta com sua campanha, embora tenha consignado que todo gasto – inclusive os referentes ao jato – hão de constar de sua prestação de contas. “Mas essas empresas não fazem nada de graça”, insistiu Maluf, com tom de insinuação.

Após questões pouco controversas como políticas para recuperação da parcela municipal do recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), contribuições para as obras da Copa e a sempre presente pergunta sobre a origem dos incentivos fiscais concedidos à empresa de Mauro Mendes, o segundo bloco voltou a esquentar.

 

Marcos Lopes / Hipernotícias

Maluf foi um dos que aproveitaram o debate na Record para continuar a polemizar


 

IPTU

Desta vez, o empresário do PSB provocou Maluf a respeito de seus supostos calotes no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Extratos referentes aos pagamentos de Maluf e Lúdio foram levantados durante o fim de semana e geraram polêmica. Ambos negaram ainda no fim de semana que tivessem de fato deixado de pagar o imposto, o primeiro dizendo que não se tratava de seu verdadeiro extrato e o segundo alegando que já havia vendido os lotes em questão.

Como quem come pelas beiradas, Mendes usou a oportunidade da pergunta para questionar a respeito de como melhorar a aplicação do IPTU em Cuiabá. Seguindo a linha, Maluf comentou que o município ainda se utiliza de indicador econômico obsoleto para tanto e que seu cadastro precisa de eficiência.

Na réplica, o socialista aproveitou para desferir o golpe, lembrando que, se prefeito, encontrará modos de isentar a população de baixa renda do imposto, mas que cobrará de empresários como Maluf. Irritado, o tucano retrucou: “Se o senhor tivesse bom senso e não fosse despreparado, veria que o extrato não confere com o meu CPF”.

 

Marcos Lopes / Hipernotícias

Autor dos ataques desferidos no fim de semana, tanto via judicial quanto em declarações, sobretudo aos adversários Lúdio e Maluf, Mendes não chegou a ser atacado com contundência, mas teve de ouvir respostas indignadas como a do tucano sobre o IPTU

 

SANTA TEREZINHA E OS "LARANJAS"

Como se para encerrar as pendengas surgidas ao longo de sábado e domingo, o debate também serviu para Maluf buscar satisfação com Mendes sobre as acusações de que ele teria escolhido o empresário como alvo preferencial por estar atuando como mero “laranja” de Lúdio.

O apelido nada lisonjeiro sintetizou no fim de semana a acusação feita pelo coordenador da campanha de Mendes, o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR): Maluf, ao tentar desconstruir o discurso de que o empresário e ex-presidente da Federação das Indústrias (Fiemt) viabilizou a construção do Residencial Santa Terezinha (4 mil casas pelo programa "Minha Casa, Minha Vida" em Cuiabá), estaria agindo em nome da Coligação "Cuiabá Mato Grosso Brasil" (PT-PMDB). Aliás, "laranja" também serviu para a equipe jurídica de Mendes montar Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) e chamar o candidato do PPL, Adolfo Grassi, o qual teria recebido dinheiro para desferir ataques na campanha.

Visivelmente ofendido com a pecha de candidato usado, o tucano afirmou no quarto bloco que Mendes mentia. Em resposta, o socialista pontuou que os supostos indícios da atuação de Maluf como instrumento de ataque petista estavam todos na imprensa. Ele lembrou que o tucano chegou a usar um programa inteiro para atacá-lo, usando o caso do residencial. O tucano, continuou Mendes, também usou depoimentos de pessoas que depois procuraram o comitê de campanha do PSB para “restabelecer a verdade”, uma vez que suas falas teriam sido manipuladas.

Por sua vez, o candidato do PSDB insistiu em seu papel de apontar as “meias-verdades” da atual campanha e mencionou um cheque sem fundo assinado por Mendes para pagar custos da campanha anterior. O empresário alegou que a questão do cheque está superada, pois depositou seu valor e o caso virou processo judicial, mas não se furtou a insinuar que poderia atacar Maluf com as mesmas armas. “Também há algumas coisas que sei a seu respeito, mas é melhor deixar pra lá”, provocou.

Marcos Lopes / Hipernotícias

Atuação mais tímida durante o debate, Brito não chegou a ser atacado, mas conseguiu a proeza de deixar Lúdio e Mendes sem resposta para uma questão tributária

 

DEBATE PARALELO

Embora sem tomar partido nem servir de alvo nos temas controversos que movimentaram o noticiário político do fim de semana, os candidatos do PSD e do Psol, Carlos Brito e Procurador Mauro respectivamente, também usaram suas falas para polemizar.

Mais discreto, Brito usou suas perguntas para tentar provar a inaptidão de Mendes e Lúdio para com assuntos tributários. O candidato do PSD não foi respondido por nenhum dos dois quando questionou como fariam para assegurar para o município o repasse obrigatório de 25% do ICMS recolhido em Cuiabá e cuja integralidade é negada pelo Estado.

Já Procurador Mauro deixou Mendes em saia justa ao perguntar por que ele aceitava o apoio do senador Blairo Maggi (PR), uma vez que este responde a processo na Justiça Federal por conta do escândalo dos Maquinários, ocorrido durante seu governo. Mendes não admitiu que o ex-governador figura como réu.

 

Marcos Lopes / Hipernotícias

Usando o tema da saúde, Procurador Mauro usou suas perguntas para complicar as argumentações de Lúdio e Maluf

 

A área da saúde foi produtiva para as provocações do Procurador Mauro tanto para Lúdio quanto para Maluf. Tomando o tema do alinhamento com o governo de Silval Barbosa (PMDB), o Procurador perguntou se Lúdio privatizaria setores da saúde pública. O petista, embora tenha afirmado que lutou contra este tipo de medida, foi criticado por concordar com um governo que “autoriza o caos” no setor.

No terceiro bloco, após Maluf lhe dirigir pergunta a respeito do que fazer em relação ao Pronto-Socorro Municipal, o candidato do Psol lembrou que a melhoria no serviço da unidade continua a demorar porque não interessa a muitos representantes do setor de saúde privada, como o próprio tucano.

A última pergunta do Procurador também foi difícil para a resposta de Maluf: as medidas que este, como deputado estadual, teria conseguido aprovar para a área da saúde. Maluf listou apenas projetos de lei, os quais o candidato do Psol desclassificou como meras idéias na réplica. Na tréplica, Maluf limitou-se a citar a lei – esta, sim, já aprovada na Assembleia Legislativa - da “Fcha Limpa” para ser aplicada no âmbito do Estado de Mato Grosso.

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Marcos Lopes / Hipernotícias

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Felipe Leonel 02/10/2012

Quem indagou Lúdio Cabral(PT) sobre o alinhamento politico foi Mauro mendes (PSB). Onde ele perguntou se o alinhamento na saúde era "conversa pra boi dormir?". Cabral, defendeu dizendo que é contra todo tipo de privatização, e falou que Mendes estava "desesperado" tentando conter as quedas nas pesquisas eleitorais.

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Lodovico Settembrini 02/10/2012

Lúdio e Mendes estão parecendo dois personagens dos Simpsons.

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2 comentários

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