Um repórter foi preso ao desacatar ordens de um policial militar que tentava garantir apoio médico a uma mulher em surto psicótico. Mesmo notificado de que sua presença estava prejudicando o atendimento à mulher, o repórter insistiu em se manter por perto e acabou detido. O caso ocorreu no último dia 10, por volta das 19h no bairro Cidade Alta, mas veio à tona nesta segunda-feira (15).
Segundo a narrativa dos PMs, a polícia foi acionada para atender uma ocorrência de cárcere privado. Entretanto, ao chegarem no local se depararam com a mulher em surto, enquanto seu marido e seus dois filhos, de 10 meses e três anos de idade, sendo um deles autista, aparentavam desespero. Na ocasião, a mulher pedia para ser presa e havia atirado algumas facas no chão.
Constatado que a situação não se tratava de uma ocorrência criminal, a PM acionou uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para prestar atendimento à mulher. No momento em que a assistência médica chegou no local, a equipe de reportagem chegou logo em seguida.
A presença do repórter teria deixado a mulher ainda mais agitada, impedindo o atendimento do Samu. No boletim de ocorrência são citados três pedidos para que o repórter, ao menos, saísse do campo de visão da mulher em surto. O profissional, contudo, resistiu às ordens invocando a liberdade de imprensa e dizendo que usaria de seu bom trânsito com as autoridades para que não fosse preso.
Apesar da intimidação, os PMs que atenderam a ocorrência procederam com a condução do repórter para garantir que a situação fosse controlada. Depois de receber voz de prisão, o profissional da imprensa tentou intimidar os policiais fazendo gravações com seu celular. Ele foi legado até a delegacia no próprio carro de reportagem, acompanhado de uma viatura. Já a mulher recebeu um tranquilizante e também foi conduzida até a delegacia, mas foi liberada na presença de sua irmã.
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