Se os dois lados assinarem o acordo no próximo fim de semana em Doha, no Catar, o governo afegão planeja iniciar suas próprias conversas diretas com o Taleban para tentar levar os militantes a encerrarem os combates.
No entanto, o acordo EUA-Taleban enfrenta obstáculos. Há temores generalizados de que qualquer momento possa ser revertido por militantes intransigentes que tentam atrapalhar os planos, desencadeando ataques mortais durante a próxima semana. Além disso, conflitos em muitas partes do Afeganistão são alimentados por disputas locais, rivalidades tribais e étnicas, e as facções envolvidas podem estar apenas vagamente afiliadas ao grupo Taleban.
O novo acordo não chega a um cessar-fogo completo e ainda não está claro como os EUA avaliarão o sucesso que abre caminho para um acordo de paz de longo prazo. O processo de paz também pode ser ameaçado pelos desenvolvimentos políticos domésticos no Afeganistão. Os políticos da oposição estão desafiando a vitória do presidente Ashraf Ghani nas eleições de setembro, que a comissão eleitoral do país confirmou no início desta semana.
O Taleban alertou que o anúncio estava em desacordo com o processo de paz. Até agora, o grupo se recusou a reconhecer como legítimo qualquer governo afegão apoiado pelos EUA.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 10 mil civis foram mortos e feridos por combates no Afeganistão pelo sexto ano consecutivo em 2019. O número de vítimas civis já ultrapassou 100 mil depois de mais de uma década da ONU documentando o impacto da guerra nos civis. (Agências Internacionais)
(Com Agência Estado)
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