Em meio a violentos protestos e greves gerais, o Parlamento da Grécia aprovou nesta quinta-feira os novos cortes e medidas de austeridade exigidos pela União Europeia (UE), FMI (Fundo Monetário Internacional) e Banco Central Europeu (BCE).
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, aprovou a votação em uma carta, lida pelo presidente do Parlamento.
As medidas são exigidas pelos credores do país como condição para o prosseguimento da ajuda financeira e a entrega das próximas parcelas do pacote.
Entre os polêmicos ajustes estão mais aumentos de impostos, cortes adicionais em salários e aposentadorias e suspensão de benefícios contratuais e bônus salariais para funcionários públicos e trabalhadores.
Na véspera, com 295 presentes no Parlamento, os 154 deputados do Pasok, partido socialista no poder, deram a primeira aprovação ao projeto de lei.
Dimitri Messinis/Associated Press |
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Milhares de pessoas se reúnem do lado de fora do Parlamento grego, que vota plano de austeridade para conter crise |
APERTO FISCAL
Os manifestantes protestam contra o projeto de lei que contempla novas medidas de austeridade para reduzir a colossal dívida da Grécia imposto por seus principais credores internacionais.
O aperto fiscal tem sido a resposta do governo grego para atender às exigências do trio de credores conhecido como "troika" (UE, FMI E BCE).
Os dois principais sindicatos do país, GSEE, do setor privado, e Adedy, do funcionalismo público, convocaram a greve geral e protestos em Atenas e Salônica, cidade do norte do país, para coincidir com a votação do no pacote de medidas de austeridade.
Sindicatos, oposição e alguns economistas afirmam que as medidas só irão conduzir a Grécia a uma maior recessão. Muitos pediram a queda do governo socialista de Papandreou.
PEDIDO DE APOIO
O ministro de Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, pediu apoio nesta quarta-feira, enquanto os parlamentares se preparam para votar uma nova e dura rodada de medidas de austeridade.
"Nós estamos em uma luta agonizante, mas necessária, para evitar o ponto final e mais duro da crise", afirmou Venizelos a deputados antes da votação, que deve acontecer nesta tarde.
Ele disse esperar uma solução substancial e definitiva para a crise depois da cúpula da União Europeia no domingo. "A partir de agora e até domingo, nós estamos lutando a maior batalha de todas."
Yannis Behrakis/Reuters |
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Polícial no meio de chamas no confronto perto do parlamento grego |
PREMIÊ
Na terça (18), o primeiro-ministro grego afirmou que esta semana é a mais crucial para a Grécia e para a zona do euro, uma vez que no próximo domingo os presidentes da região devem anunciar um plano de combate à crise da dívida.
Na semana passada, o primeiro-ministro --que tem desempenho ruim nas pesquisas de opinião-- desafiou os protestos, prometendo aprovar o profundamente impopular pacote que inclui aumentos de impostos, cortes de salário e aposentadoria, demissões e mudanças em acordos salariais coletivos.
O premiê fez um apelo pelo apoio dos gregos, antes da votação do plano que inclui aumentos de impostos, cortes salariais e demissões, exigido pelos credores internacionais que têm pressionado Atenas para medidas mais duras.
Segundo ele, o país trabalha com base nas decisões de 21 de julho, data em que os dirigentes europeus decidiram envolver o setor privado num segundo plano de ajuda ao país.
A Europa afirmou aos seus parceiros do G-20 no sábado (15) que a zona do euro apresentará um plano integral para resolver a crise da dívida na próxima semana, no encontro dos líderes da UE em Bruxelas.
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