Após discussão com os 35 países que compõem a direção da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), a agência da ONU decidiu nesta sexta-feira adotar uma resolução contra o Irã por conta do programa nuclear desenvolvido em seu território.
A resolução que repreende o Irã pelas crescentes suspeitas de que o país esteja desenvolvendo armas nucleares já era consenso entre seis potências mundiais envolvidas na negociação. Para conseguir o aval da Rússia e da China, os Estados Unidos e seus aliados tiveram de abrir mão de medidas punitivas concretas contra a República Islâmica.
O texto foi aprovado em Viena com ampla maioria dos países membros, expressando "profunda e crescente preocupação" pelas possíveis dimensões militares do programa iraniano, mas não inclui uma denúncia perante ao Conselho de Segurança da ONU --que debate o caso do Irã desde 2006.
O documento recebeu 32 votos a favor, dois contra e uma abstenção, anunciou Glyn Davies, representante ante a AIEA dos Estados Unidos.
A resolução "expressa uma profunda e crescente preocupação no que diz respeito aos temas não resolvidos do programa nuclear iraniano, incluindo aqueles que precisam ser esclarecidos para excluir a existência de uma possível dimensão militar". O documento também pede que o Irã permita que uma equipe de especialistas da ONU investigue as atividades.
France Presse |
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Imagem de 2004 mostra técnicos iranianos trabalhando na usina nuclear de Bushehr, ao sul da capital, Teerã |
O projeto de resolução havia sido apresentado ontem pelos EUA, China, Rússia, Reino Unido e França, membros do Conselho de Segurança da ONU, e Alemanha, no qual expressaram sua profunda preocupação quanto às atividades nucleares do Irã.
Os americanos e nações ocidentais aliadas voltaram a acusar o governo iraniano de tentar enganar o mundo sobre suas intenções e disseram que não poderiam mais ignorar as evidências de que o país desenvolve armamentos nucleares.
O Irã respondeu dizendo que as acusações tinham como base informações fabricadas pelos EUA, Israel, Reino Unido e França, divulgadas para a AIEA com o intuito de fazer com que a República Islâmica perdesse sua credibilidade.
RELATÓRIO
A AIEA revelou em seu relatório que há indícios claros de que o Irã pode estar desenvolvendo armas nucleares, afirmando que tem "sérias preocupações a respeito das dimensões militares do programa nuclear iraniano".
Citando informações "confiáveis" de inteligência estrangeira e investigações próprias, a entidade indicou que o Irã "praticou atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo nuclear explosivo".
O presidente iraniano, Marmoud Ahmadinejad, afirmou que seu país "não retrocederá nem um pingo" em seu programa nuclear e qualificou como "absurdas" as acusações contidas no relatório.
Ahmadinejad acusou a AIEA de "perder seu prestígio" ao aceitar as pressões dos Estados Unidos e outros países ocidentais na redação do relatório sobre seu programa nuclear, segundo informou o site da rede de televisão oficial iraniana.
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