A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se manifestou, por meio da Comissão Nacional da Mulher Advogada, sobre o caso do advogado Cleverson Contó, acusado por nove mulheres por violência doméstica e estupro em Cuiabá. Segundo a presidente da Comissão, Daniele Borges, o advogado pode perder sua inscrição por ausência de idoneidade moral, independente do julgamento na esfera criminal.
A presidente da Comissão ressaltou ainda que qualquer bacharel em direito que tiver envolvimento com violência doméstica, poderá ter a inscrição negada. Ela informou que a orientação do Conselho Federal deve ser aplicada a todos, mas que a investigação do caso de Cleverson Contó é da Seccional da OAB em Mato Grosso.
"A prática de violência contra a mulher, assim definida na “Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – ‘Convenção de Belém do Pará’ (1994)”, constitui fator apto a demonstrar a ausência de idoneidade moral para a inscrição de bacharel em Direito nos quadros da OAB, independente da instância criminal, assegurado ao Conselho Seccional a análise de cada caso concreto", pontuou.
A Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso informou que foi instaurado um processo administrativo no âmbito do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) e acompanhará o caso. Disse ainda que as vítimas já foram devidamente contatadas.
O caso ganhou notoriedade após um grupo de mulheres denunciarem as agressões em uma rádio da Capital.
Uma das vítimas, a influencer digital Mariana Vidotto, contou que chegou a perder cerca de nove quilos durante o relacionamento abusivo que teve com Contó.
A médica Laryssa Moraes, que afirmou ser outra vítima do advogado, relatou que durante uma das agressões ela teve o nariz quebrado e as retinas deslocadas. Contó também teria tentado estuprá-la com um pen-drive.
De acordo com a médica, a decisão de expor a violência que sofreu partiu da necessidade de ajudar outras mulheres, mesmo diante do medo de represálias.
"Eu decidi que não vou ficar off, mesmo com medo de morrer, porque sim, eu estou sendo ameaçada, porque só ontem mais quatro vítimas apareceram, vítimas de agressão, que foram coagidas e nunca se manifestaram. É muito triste, mas é um dever meu como cidadã alertar a população", disse a médica.
Defesa
A defesa do advogado Cleverson Campos Contó, representada por Eduardo Mahon, disse que faltam provas concretas contra o seu cliente e relatou que ele foi alvo de uma extorsão.
Conforme Mahon, não foi apresentado exames ou prontuários médicos apontando as agressões que foram relatadas pela médica Laryssa Moraes e a influencer digital Mariana Vidotto. Ele pontuou ainda que as intenções das mulheres que relataram as agressões é driblar decisões judiciais que as proíbem de fazerem qualquer menção ao nome de Cleverson.
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