Após repercussão de que a Prefeitura de Cuiabá estaria planejando inativar leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital e Pronto-Socorro da Capital, membros do Ministério Público Estadual (MPMT), Judiciário e profissionais da saúde se reuniram nesta quinta-feira (2) para cobrar esclarecimentos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que já adiantou se tratar de um equívoco os rumores de desativação.
Assessoria
O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, destacou que a Constituição Federal estabelece prioridade absoluta às crianças e adolescentes e que não há justificativa plausível para o desmonte da ala pediátrica do PSMC.
“Não podemos permitir o desmonte de um Centro de Referência que conta com equipe qualificada. Precisamos, sim, é melhorar o local com a realização de reforma, que deverá ocorrer por etapas para não interromper o atendimento”.
O promotor de Justiça Luciano André Viruel Martinez disse que já existe um procedimento investigatório instaurado para acompanhar a questão da ala pediátrica e que o Ministério Público tem todo interesse em manter o diálogo para evitar embates jurídicos. “A readequação já é objeto de investigação do MP e não queremos que ocorra nenhum desmonte”, afirmou.
Mais cedo, durante o anúncio de novas medidas de enfrentamento à Covid-19, o coronavírus, o prefeito afirmou que a Sociedade Matogrossense de Pediatria (Somap) teria se equivocado ao dizer que o Município estaria desativando leitos da UTI pediátrica.
“Eu não quero discutir, nem polarizar ou polemizar uma instituição tão importante para a nossa medicina. Eu gostaria de esclarecer que não corresponde à verdade, é um equívoco muito grande dizer que nós estamos desativando leitos da UTI pediátrica”, disse.
Entretanto Emanuel destacou que há a possibilidade de transformar as UTis pediátricas em adultas, pois os leitos não estão sendo ocupados por crianças. “O que eu pondero é que caso haja um aumento maior de casos e o colapso seja uma realidade diária na nossa cidade ou estado, não tem sentido manter leitos de UTIs pediátricos vazios enquanto temos homens, mulheres e idosos esperando na fila de UTI ou falecendo por falta de UTI. Eu não posso deixar isso acontecer”, ressaltou.
Ainda de acordo com prefeito, a discussão está sendo levantada. “Vou provocá-la com o MPMT, com autoridades, com especialistas, com a Somap, mas não é justo, pois não temos crianças nas UTIs pediátricas, se não temos, essas UTIs têm que servir para salvar vidas. Estamos pensando em fazer essa discussão, mas não fizemos. Não desativamos nenhum leito. Nosso objetivo é salvar vidas. A Somap não pode cometer nenhum equívoco desse por que em nenhum momento isso se tornou realidade”, completou.
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