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Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2018, 07h:42

Casa de ex-servidor do Detran e da AL têm documentos confiscados pela Defaz

MAX AGUIAR/LUIS VINICIUS

Agentes da Delegacia Fazendária (Defaz) da Polícia Civil, confirmaram mais um alvo de buscas e apreensão, expedido pela Justiça de Mato Grosso, referente a Operação Bereré, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada nesta segunda-feira (19).

 

Alan Cosme - HiperNotícias

gaeco

 

Os trabalhos aconteceram na casa do ex-servidor do Departamento Estadual (Detran-MT), Dalton Vasconcelos, que seria considerado "braço direito" do ex-presidente da autarquia, Teodoro Lopes, o Dóia, autor da delação que subsidia a operação. Dalton também foi assessor parlamentar de Mauro Savi, entre 2006 e 2009. Os documentos e aparelhos eletrônicos apreendidos na operação, já estão na sede da Delegacia Fazendária. 

 

Além disso, um ex-deputado federal também foi alvo das buscas do Gaeco. O nome dele ainda não foi confirmado pelos policiais. 

 

Brasília

 

Em Brasília, o escritório da empresa EIG Mercados seria um dos alvos da operação. A investigação tem como base a delação do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o "Dóia". A delação foi firmada há cerca de dois anos, mas somente neste ano foi homologada pelo Tribunal de Justiça.

 

Alan Cosme - HiperNotícias

Operação Bereré

 

As investigações tiveram início na Defaz, sendo que as medidas cautelares foram requeridas pelo Naco Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília-DF, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar.

 

Segundo informações preliminares, a operação, no âmbito do Ministério Público, estaria nas mãos do coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), o promotor de Justiça Antonio Sérgio Cordeiro Piedade. O magistrado que assina a ordem seria o desembargador José Zuquim Nogueira.

 

Dentre os alvos estão dois parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, um ex Deputado Federal, servidores públicos, empresas e particulares. A operação tem por objetivo desmantelar uma organização criminosa, que atuava junto ao DETRAN urdida para desvios de recursos públicos.  

 

Estão envolvidos no cumprimento da ordem judicial uma força tarefa com aproximadamente 200 integrantes, dentre Policiais Civis, Policiais Militares, Delegados de Polícia e Promotores de Justiça.

 

A delação

 

Nos depoimentos, Dóia teria admitido um esquema de recebimento de propina da empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda., responsável pelo registro de financiamentos de contratos de veículos, necessário para o primeiro emplacamento.

 

Com base em uma portaria do Detran-MT, de 2009, a empresa cobrava uma taxa que variava entre R$ 170,00 a R$ 400,00. A FDL ficava com 90% do valor arrecadado, repassando apenas 10% aos cofres da autarquia.

 

O suposto esquema renderia algo em torno de R$ 1 milhão mensais. O dinheiro era sacado em uma agência do Banco do Brasil, no Distrito Industrial, em Cuiabá.