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Segunda-feira, 04 de Abril de 2011, 18h:40

Lúdio prega rompimento do PT com Silval e candidatura própria em 2012

Vereador considera que PT precisa "recuperar caminho alternativo da esquerda e do socialismo"

PAULO COELHO

 

Assessoria Câmara

Se o Partido dos Trabalhadores [PT] quiser sobreviver em Mato Grosso, terá que deixar esse caminho da subordinação ao governo do Estado e tentar recuperar a própria história. A opinião é vereador Lúdio Cabral, que trabalha nos bastidores sua pré-candidatura ao Palácio Alencastro, em 2012.

O vereador, porém, sabe que para sedimentar esse projeto majoritário terá que ver seu partido promover uma verdadeira revolução, principalmente interna, onde há dois grupos que, mesmo após o fiasco eleitoral do ano passado, continuam se digladiando.

A ex-senadora Serys Slhessarenko pode ser expulsa nos próximos dias, sob a acusação de ter traído, nas eleições de 2010, as metas e determinações do PT, que era comandado no Estado pelo ex-deputado federal Carlos Abicalil. O processo de expulsão está em sua fase conclusiva.

Com situações como essa a unidade para construção de um caminho próprio para 2012, especialmente tendo Lúdio [que é do mesmo grupo de Serys] na dianteira do projeto, torna-se ainda mais difícil.
O próprio parlamentar arrisca dizer que se esse ambiente de disputa interna não for superado não será possível, por exemplo, se fazer um raio-x da participação petista no pleito do ano passado.

“Pra mim, por exemplo, o principal problema que o PT cometeu nisso tudo foi ter se submetido a alianças com projetos de Blairo [Maggi, ex-governador e senador eleito ano passado] e com a candidatura do governador Silval Barbosa [PMDB], porque, ao meu ver, o partido se afastou das bandeiras históricas petistas e das nossas bases sociais, que são a população trabalhadora e os movimentos sociais que, infelizmente, não se vêem representados pelo projeto vigente do PMDB no Estado”, explanou.

Atualmente controla a Secretaria de Educação do Estado, o maio orçamento de todo o Governo, com 25% das receitas correntes líquidas.

O vereador enfatizou que se dependesse dele o PT jamais teria feito aliança com o atual governador no ano passado e, sim, se engajado em candidatura própria com o nome de Carlos Abicalil ao Paiaguás.

“Agora, 2012, pra mim, é uma nova guinada. Temos que recuperar o caminho do PT, com um projeto alternativo, de esquerda, socialista, que faça campanha com os pés no chão e sem utilizar o poder do dinheiro e de máquinas administrativas”, emendou, defendendo mais diálogo com a classe trabalhadora e com os movimentos sociais.

Lúdio Cabral lembrou que em março passado o diretório municipal de Cuiabá já promoveu reunião com suas lideranças para elaborar um calendário de ações com vistas ao pleito de 2012. Objetivo desse agendamento de tarefas seria diagnosticar erros, formular propostas para resolver os problemas sociais do município e buscar nomes competitivos que possam compor a chapa de candidatos a vereador pelo PT em 2012.

E não bastasse tudo o que aqui foi relacionado, um dos principais temores do PT nesse momento é a perda da única cadeira que a sigla tem no Congresso Nacional nessa legislatura.

É que o deputado Ságuas Moraes conseguiu, num primeiro momento, a oitava e última vaga para a Câmara Federal. Entretanto, com a derrubada pelo Supremo Tribunal Federal da validade para 2010 da Lei da Ficha Limpa, Moraes pode perder o lugar para Nilson Leitão [PSDB].

O tucano foi prejudicado por ter na coligação dele um outro candidato, Willian Dias, que foi enquadrado como ficha suja e que mesmo assim disputou a eleição de 2012 para federal, obtendo quantidade votos suficiente para dar a vaga para Leitão, em detrimento do petista.

“A perda do mandato agora seria péssimo para nós, pois o PT ficaria sem interlocução junto ao governo da presidente Dilma, que é do PT. Torço muito para o deputado Ságuas consiga se manter na vaga”, completou Lúdio.