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Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2011, 16h:16

Governo detecta "manchas superficiais" de óleo em Angra dos Reis

Óleo é proveniente do acidente com o navio FPSO da empresa Modec, na cidade de São Paulo

DA FOLHA DE SÃO PAULO

Paulo Roberto Araújo/Agência O Globo

Técnico da empresa Hidroclean coleta amostras de areia com óleo na praia do Bonfim, em Angra dos Reis

A analista ambiental Simone Lisboa, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Angra dos Reis (RJ), afirmou na manhã desta segunda-feira que especialistas detectaram "manchas superficiais" de óleo na areia da praia do Bonfim após acidente com o navio FPSO Cidade de São Paulo, da empresa Modec, na última sexta-feira (17).

"É possível ver manchas superficiais principalmente na areia, na parte esquerda, próximo ao costão [pedras], no fim da praia. A princípio não tinha características de óleo, mas era visivelmente um resíduo diferente. Contratada pelos reponsáveis pelo vazamento, a empresa terceirizada Hidroclean coletou essa amostra ontem e vai mandar para gente o resultado", disse a analista ambiental.

Simone Lisboa afirmou ainda que a empresa Hidroclean se comprometeu a fazer uma limpeza das manchas na praia do Bonfim até hoje. A Prefeitura de Angra informou que o secretário municipal de Meio ambiente, Marco Aurélio Vargas, deve se reunir no início da tarde com representantes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e da Capitania dos Portos para discutir novas ações de contenção do vazamento.

A estimativa é de que o vazamento tenha despejado cerca de 10 mil litros de óleo próximo à Ilha Grande, em Angra. De acordo com o Inea, o acidente já foi controlado.

A secretaria estadual do Ambiente do Rio informou anteontem que a empresa Modec será multada em R$ 10 milhões pelo acidente.

O sobrevoo feito constatou que a mancha está se diluindo de forma espontânea e transformando-se numa fina lâmina, que impede o trabalho de retirada. No acidente ocorrido no mês passado em campo de exploração da empresa Chevron, ao menos 380 mil litros de óleo vazaram --no Campo de Frade, na bacia de Campos, norte do Rio.

OUTRO LADO

A Modec contestou a informação divulgada pelo governo do Rio sobre o tamanho do volume vazado. Segundo a empresa, "foram, no máximo, 4.400 litros, capacidade máxima da tubulação onde ocorreu o incidente". A companhia diz que relatório preliminar "aponta que o vazamento não ultrapassou 2.000 litros".

A empresa disse ainda que "análises preliminares feitas por técnicos contratados pela empresa indicam que a substância tem características diferentes do material que vazou da embarcação".