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Sábado, 17 de Dezembro de 2011, 18h:00

Manifestantes protestam em Cuiabá contra construção de usina Belo Monte

Hidrelétrica no Pará, afirmam ambientalista, vai destruir toda fauna e expulsar mitas pessoas de suas terras, com maior ênfase para indígenas

GABRIEL SOARES - ESPECIAL PARA O HIPERNOTÍCIAS

Cerca de 100 pessoas se reuniram na Praça Alencastro neste sábado (17) para pedir, com uma mensagem simples, um novo modelo de desenvolvimento sustentável: “Parem Belo Monte”. Com seus cartazes em punho elas ocuparam a praça, exibiram vídeos, fizeram teatro no semáforo e distribuíram panfletos convidando a população ao diálogo.

 “A maioria das manifestações é em forma de marcha. Hoje a sociedade mudou, é muito mais visual, então buscamos uma maneira de chamar a atenção das pessoas, para se conscientizarem e entender sobre Belo Monte e suas consequências. Porque não é só o povo lá do Pará, aqui nós também seremos atingidos economicamente.”, explica a jornalista Inara Fonseca, membro do Comitê Popular em Defesa do Meio Ambiente.

Mayke Toscano/Hipernoticias

Manifestações também estão marcadas em outras cidades brasileiras, à convite do movimento Xingu Vivo para Sempre. Nas cidades de Belém e Bragança (PA), Campinas e São Paulo (SP), Rio de Janeiro, Brasília (DF), Salvador e Itacaré (BA), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Dourados (MS) as pessoas devem tomar pedindo o fim de Belo Monte, em busca de um novo modelo de desenvolvimento sustentável.

“A gente tem que ter um modelo de desenvolvimento, de produção de energia, de distribuição de renda, onde de fato as populações tradicionais, no caso os quilombolas, os indígenas, e a população brasileira como um todo, seja beneficiada. É uma grande quantidade de recursos sendo aplicada, que poderia ser investido em outro modelo de desenvolvimento”, explica Oscar Sampaio, professor.

OBRAS LIBERADAS

Os manifestantes consideraram lamentável a decisão da justiça do Pará nesta sexta-feira (17), revogando a liminar que impedia o andamento das obras da usina.

“Foi um afronte à sociedade, um desrespeito à natureza, aos estudiosos que deram parecer contrário à construção da usina, é um afronte à sustentabilidade, pois esse projeto não é economicamente sustentável, não é sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico”, reclama Joana Salomoni, pós-graduando em gestão ambiental.

COMITÊ

O Comitê Popular em Defesa do Meio Ambiente foi formado por um professor de ensino médio, atendendo ao apelo dos estudantes, que não queriam se manter calados quanto às mudanças no Código Florestal. Esta já é a quinta manifestação do grupo, em seis meses de existência. Formado por pessoas de diferentes grupos sociais, que fazem questão de se declarar apartidários, autossustentáveis.

“Cada um tira o dinheiro do bolso para fazer as manifestações pois não queremos que nossas ideologias fiquem subordinadas a um pagante, porque “quem paga a banda escolhe a música”. Todos trabalham, estudam, a manifestação não é um emprego para ninguém, é um trabalho voluntário. É só a vontade de lutar”, conta Joana.

Sobre o público do evento, o resultado esteve aquém das expectativas, pois, nos dois grupos formados nas redes sociais, cerca de 400 pessoas confirmaram presença.