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Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011, 18h:58

Vereador que bateu na jornalista é ‘poupado’ pela cúpula do DEM

‘Kirrarinha’ foi cassado pela Câmara de Pontes e Lacerda e expulsão decidida pelo Conselho de Ética do Democratas, logo após ter dado tapa na jornalista Márcia Pache, mas partido não adota qualquer providência

NOELMA OLIVEIRA

A cassação do vereador por Pontes e Lacerda, Lourivaldo Rodrigues de Morais, o Kirrarinha, há um ano por agressão a jornalista Márcia Pache, é completamente ignorada pelos caciques do DEM. A direção do partido não adotou qualquer providência contra Kirrarinha, embora o Conselho de Ética, por unanimidade, tenha decidido pela sua expulsão da sigla.

O vereador cassado será julgado nesta terça-feira (13) pelo Tribunal de Justiça. O recurso dele é mais uma tentativa de retomar ao mandato de vereador na Câmara Municipal de Pontes e Lacerda (450 km de Cuiabá). O relator do processo é o desembargador Mariano Travassos.

Após o episódio que ganhou repercussão nacional, o DEM, além de sequer ter colocado em votação pela Executiva o relatório do Conselho de Ética, ainda permitiu que o vereador cassado passasse a presidir o diretório municipal de Pontes e Lacerda. “Sentamos e deixamos o assunto na Justiça e depois vamos fazer uma avaliação da direção estadual, municipal e ele próprio”, disse o presidente regional, o ex-deputado Dilceu Dal Bosco.

Conforme ele, só depois de esgotados todos os recursos na Justiça é que o partido terá uma reunião para analisar, mas sem citar qualquer punição que possa ser aplicada contra o vereador cassado, que perdeu no ano passado também o direito de disputar o mandato de deputado estadual, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), decisão mantida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em virtude da ausência de quitação eleitoral decorrente de desaprovação de contas relativas à campanha de 2008.

A decisão unânime do Conselho de Ética pela expulsão de Kirrarinha nunca foi colocada em apreciação pela Executiva do partido, primeiramente devido a defesa do vereador ter solicitado cópia do relatório ao partido, então presidido pelo ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Oscar Ribeiro.

O DEM em Mato Grosso é controlado pelo senador Jayme Campos e o deputado federal Júlio Campos, que mesmo tendo influência nas decisões da sigla não propuseram colocar em votação a decisão do Conselho de Ética, presidido por Natal Rego e teve como relatora do processo, Lídia Hugney Lopes de Oliveira.

À época, o Conselho de Ética enfatizou que o parecer levou em consideração o histórico de “descompasso” de Kirrarinha. Também foi lembrado que a repórter Márcia estava no exercício da função quando foi agredida pelo vereador. Por isso, cabe ao partido punir atos que não condizem com os termos partidários.