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Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011, 15h:15

Silval confirma “facão” no quadro de servidores para ajustar 'máquina'

Conforme governador, levantamento da SAD vai apontar a dimensão dos cortes que o Executivo pretende fazer para reduzir custos com pagamento de servidores comissionados

PAULO COELHO

 

Marcos Negrini/Secom-MT

Silval anunciou demissão de servidores para ajustamento nas contas do Gpverno do Estado

 

O governador Silval Barbosa(PMDB) confirmou na manhã desta segunda-feira (12), durante entrega do Residencial Solaris, em Várzea Grande, que prepara um substancial corte de servidores comissionados e terceirizados com o objetivo de reduzir despesas e ajustar a máquina administrativa já a partir de 2012.

Segundo o chefe do Executivo, está a cargo do secretário de Administração César Zílio o fechamento da dimensão desses cortes. A idéia é economizar para investir.

“Vamos reduzir o máximo que pudermos, temos que trabalhar com o necessário no Estado, que tem próximo de 90 mil servidores no total e só na ativa são aproximadamente 60 mil; temos que ajustar o máximo dentro dos efetivos”, disse Silval, observando que neste ano já chamou cerca de 10 mil aprovados no último concurso realizado pelo Estado.

O governador não falou em números, mas adiantou que a maioria dos terceirizados cujos contratos com a gestão estadual vencem neste fim de ano “não serão readmitidos”. Ele informou que tem informações que só na Secretaria de Saúde já há 633 contratos nessa situação.

Silval também explicou o polêmico decreto 881 que, equivocadamente, foi publicado prevendo “férias coletivas” a todos os servidores do Estado e que, por isso, foi substituído pelo decreto 886, que retirou a ideia de afastamento coletivo e restringiu o gozo das férias aos que tiverem esse benefício já vencido.

“Há pessoas que ficam cinco, seis anos sem gozar férias na expectativa de negociá-las com o Estado, e isso acaba estressando esses servidores; o governo quer que eles tenham esse gozo, que é garantido por Lei, e, depois, se nós queremos promover ajuste, não podemos estar comprando férias”, disse.

A reportagem do HiperNotícias tentou contato com o secretário César Zílio, mas ele está em viagem para fora do Estado. Segundo a assessoria da SAD, só na Administração devem ser enxugados cerca de 60 cargos, o que equivale a 1/3 dos contratos terceirizados desta pasta.

EFEITO CASCATA

A Assembleia Legislativa também deve enxugar seu quadro de terceirizados e comissionados. Pelo que adiantou o presidente da Casa, José Riva (PSD), o que está precisando é o governo “puxar” esse enxugamento, o que também deve ser seguido pelo Poder Judiciário e Ministério Público.

“Temos que ajustar o Estado com os Poderes dentro da realidade de cada orçamento”, emendou Silval.

DESGASTES

O governador também admitiu que o chamado “facão” na administração dele pode sofrer um certo desgaste, mas ressaltou que medida como essa é necessária, devido ao atual momento financeiro vivido pelo Estado.

“As decisões não são nada fáceis, algumas trazem, de fato, desgastes; outras trazem popularidade, mas acho que a maioria acaba sendo positiva”, completou, observando que a meta dele é deixar o Estado ajustado.