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Quarta-feira, 05 de Abril de 2017, 09h:35

Romoaldo diz que mensalinho existe desde sempre e era para assistencialismo

GLAUCIA COLOGNESI

Ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado por quatro mandatos e ex-prefeito do município de Alta Floresta (803 km de Cuiabá), Romoaldo Júnior (PMDB), não admite que seja 'mensalinho' a verba paga a 33 deputados estaduais citados por José Geraldo Riva (sem partido) em depoimento à juíza Selma de Arruda da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, no último dia 31 de março. Vale ressaltar que Romoaldo Júnior é um dos poucos que não foi citado por Riva como beneficiário do esquema.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

romoaldo junior

Romoaldo não foi citado por Riva como beneficiário de esquema, mas faz revelações

Ele justifica que a “mesada”, entre R$ 15 e R$ 30 mil, era utiliza para ações assistencialistas como, por exemplo, comprar caixão para famílias carentes de suas bases eleitorais, transportar corpo de pessoas falecidas da capital para o interior, bem como dar assistência e abrigo a interioranos que vem a Cuiabá tratar de câncer e outras doenças. 

 

“Sai da AL em 2000 para ser prefeito da minha cidade e voltei em 2010. Desconheço o mensalinho. A verba parlamentar é insuficiente para o exercício do mandato parlamentar e a AL sempre ajudou. Acredito que Riva está citando a ajuda que ele deu a todos os deputados a realizar os trabalhos assistenciais. A AL atende todo o interior de MT, o Riva sempre foi municipalista e atendeu a todos e ajudou a todos os deputados a fazer o mesmo. Não vejo como caixinha”, afirmou Romoaldo, nesta quarta-feira (5 de abril), em entrevista à Rádio Capital, 101.9 FM.

  

O parlamentar "jurou de pés juntos" que a verba nunca foi embolsada, para uso e benefícios pessoais, por nenhum dos 33 colegas denunciados. “Não é mensalinho, porque você não põe o dinheiro no bolso. Acho que nunca teve valores definidos”, frisou. Romoaldo revelou ainda que o mensalinho existe desde sempre, desde a época em que Pedro Pedrossian foi governador de Mato Grosso (1966 a 1971), antes mesmo da divisão de MT e MS.

 

Ele afirmou que, desde então, todos os deputados que passaram pela ALMT receberam a verba. “Não foi de um deputado, foi de todos que passaram por lá, e não é de hoje não, é desde Pedro Pedrossian”, garantiu. “A AL é uma casa de assistência social e de amparo. O MP não concorda, o Governo não faz, se chegar alguém em Cuiabá e não tiver este apoio vai dormir de baixo da ponte, na rodoviária, vai morrer. O Governo não ajuda, mas a AL faz”, acrescentou.