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Quarta-feira, 09 de Novembro de 2011, 07h:00

Colega de profissão

Nas guerras, as balas não conhecem o rosto de suas vítimas. Elas derrubam combatentes com a mesma frieza com que matam os inocentes. Neste cenário, a lei da sobrevivência exprime as contradições humanas em toda a sua eloqüência: lealdade e traição ......

PAULO LEITE

 

Divulgação

 

Nas guerras, as balas não conhecem o rosto de suas vítimas. Elas derrubam combatentes com a mesma frieza com que matam os inocentes. Neste cenário, a lei da sobrevivência exprime as contradições humanas em toda a sua eloqüência: lealdade e traição, coragem e covardia são faces de uma mesma moeda na luta desesperada pela vida.

Neste final de semana, o cinegrafista Gelson Domingos da TV Bandeirantes foi atingido mortalmente por um disparo de fuzil enquanto registrava a invasão da Favela de Antares, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, pela Tropa de Choque da Polícia Militar.

Foi mais um vítima inocente desta guerra suja que se trava entre o Estado e o tráfico pelo controle das comunidades suburbanas. Uma, entre tantas vítimas da opressão dos bandidos e da truculência da polícia, atingidas por balas perdidas ou por disparos encomendados.

Na manhã de domingo, Gelson apenas cumpria sua missão de informar a comunidade, e com destemor, aninhou-se por trás das forças policiais em busca do melhor ângulo para sua reportagem. Foi alvejado e caiu ao lado da câmera. Tombou num campo sem honra, vítima de um soldado do crime que luta uma guerra sem bandeira ou significado.

As escaramuças vividas pelos policiais e traficantes nas favelas cariocas desnudam a resistência desesperada de um grupo de excluídos que são açulados a matar ou morrer. Não são mais seres humanos, são clones do crime, gente sem alma e sem esperança que espera a morte como um benefício para suas vidas miseráveis.

O repórter cinematográfico estava ali apenas para noticiar o episódio. Não era combatente de nenhum dos lados; era sim, um missionário da informação, um olhar eletrônico da verdade. Mas acabou transpassado por uma bala de fuzil.

Gelson Domingos! Um mártir de seu ofício... Um herói para seus colegas de profissão... Uma lembrança para os amigos e a família... Um corpo para o Rio chorar... Gelson Domingos! Mais uma vítima para o Brasil se envergonhar.

NA ESPERA

Os advogados do prefeito afastado de Várzea Grande, Murilo Domingos, esperam reintegrá-lo ao cargo ainda esta semana. Aguardam julgamento do STF e estão otimistas. A comunidade, ao contrário, mostra-se muito apreensiva e até revoltada com as artimanhas jurídicas e políticas que inviabilizam a gestão do município.

VELAS

Para a fotografia, sorrisos. Mas, nos bastidores as conversas para a reedição da Coligação “Mato Grosso Muito Mais” nas eleições de 2012 parecem cada vez mais difíceis. Mauro Mendes acende uma vela para Pedro Taques e outra para Blairo Maggi. O empresário negocia seu retorno para o Partido da República (PR), onde ele era feliz e não sabia.

CARTAS

Fabio Dornela deixou a Secretaria de Comunicação Social da Capital, onde coordenava a área financeira, e assumiu outro posto semelhante na pasta de Habitação do município. Fabio é homem de confiança do prefeito Chico Galindo e, na prática, era quem dava as cartas na Secom.

PANTANEIRO

Sábado e domingo mais de 600 cavaleiros e amazonas participam da 11ª edição da Cavalgada do Cavalo Pantaneiro, em Poconé. As montarias percorrem fazendas no interior do Pantanal, bem naquele clima das comitivas boiadeiras. Com o evento, os criadores da raça querem dar publicidade ao melhoramento da espécie.

TUCANOS

Zé do Pátio vive seu calvário em Rondonópolis. Seu partido, o PMDB, faz muxoxo quando se fala em reeleição. Agora, seu principal aliado, o PSDB, avisa que não mais o apóia. O ex-governador tucano Rogério Salles ensaia vôo próprio do seu partido.

(*) PAULO LEITE é jornalista e publicitário e escreve para o Diário de Cuiabá e HiperNoticias.