HiperNotícias - Você bem informado

Quinta-feira, 03 de Novembro de 2011, 16h:16

Permanência de Eder na Secopa pode comprometer obras, alerta vereador

Edivá Alves, do PSD, critica forma como a extinta Agecopa se comportou e, agora, Secopa, que continua mantendo a “caixa preta” sobre andamento das obras da Copa e permanência de Eder no comando da pasta

NOELMA OLIVEIRA

 

Mayke Toscano/Hipernotícias

Vereador Domingos Sávio (PMDB) disse que não é menino de recado e o governador tem dirieito a escoher que ele quiser

 

A permanência de Eder Moraes à frente da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo Fifa 2014 (Secopa) pode comprometer o andamento de obras para o mundial de futebol em Cuiabá. O alerta partiu do presidente da Comissão Especial de Acompanhamento e Fiscalização das Obras da Copa do Mundo 2014, Edivá Alves (PSD), durante a sessão na manhã desta quinta-feira (3). Ele voltou a cobrar informações sobre projetos e obras para a realização da Copa do Mundo em Cuiabá.

“O governador Silval Barbosa tem gente honesta para ficar neste cargo e porque mantém uma pessoa polêmica como esta (Eder) à frente da Secretaria. Este cara não goza mais de respeito. Vai ter processos sobre processos contra ele e pode comprometer obras”, acusou o vereador do PSD.

Edivá admite que, a exemplo do que aconteceu com o deputado Wagner Ramos (PR), que renunciou a presidência da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização das Obras da Copa do Mundo 2014 da Assembleia Legislativa, sob a alegação de não conseguir informações junto a Secopa, pode também desistir da Comissão no âmbito do Legislativo municipal. “Mas antes de desistir, vou provocar”, avisou o líder do PSD na Câmara da Capital.

“Nós não temos nenhuma informação sobre as questões em Cuiabá. O que nos foi apresentado aqui não é o que a gente quer. Nós queremos saber sobre obras, os processos que estão sendo licitados, o preço de cada obra e do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)”, se posicionou Edivá.

Sobre o VLT, Alves aponta a necessidade de ter informações mais contextualizadas. Há cerca de um mês, técnicos da Secopa foram à Câmara fazer esclarecimentos, porém não convenceram os parlamentares municipais.

“A gente não sabe nada do projeto do VLT. Por exemplo, na Prainha (Avenida Tenente-Coronel Duarte) não vai abrir mais uma rua e vão isolar mais uma pista de uma via que tem o trânsito já complicado. Também não temos informações sobre o estudo de viabilidade econômica”, contextualizou o parlamentar sobre a necessidade de esclarecimentos detalhados. Dos 19 vereadores, Edivá é o único com formação em engenharia.

Ele também cobrou explicações sobre a duplicação da rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. “Quando as obras vão retornar, agora que começam as chuvas?”, questiona. O vereador também observou a ausência de uma cronologia para as obras relacionadas à Copa em Cuiabá.

“Eles (Secopa) não dão o mínimo para mostrar como as coisas estão sendo feitas. Estão levando de barriga e precisamos de um espaço mais democrático”, cobrou o vereador por Cuiabá, que questiona o fato de “o governador manter no cargo uma pessoa que não tem mais credibilidade”.

Edivá também cobrou da bancada do PMDB na Câmara uma explicação sobre o que motiva o governador manter Eder Moraes no cargo. Sobre as informações de obras à copa, o vereador Domingos Sávio (PMDB) pediu para ser isentado das discussões porque também não tem informações. Neste quesito, ele diz concordar com o seu colega do PSD.

“Quem sabe o motivo dele (Eder) ser tão apaixonante e eu não estou vendo nada para me apaixonar”, ironizou Edivá. Ainda sobre o rumoroso caso das Land Rover, o vereador questionou a aquisição dos veículos, mesmo constando o sistema de segurança, que foi feita sem licitação, além do alto custo. “Será que isso é prioridade, está muito confuso”, criticou Alves.

OUTRO LADO

Integrante da bancada do PMDB, o vereador Domingos Sávio concorda com o seu colega Edivá apenas na questão que faltam documentos à Câmara e que o Legislativo precisa ser inserido nestas discussões de obras à Copa na Capital.

Quanto às críticas a Eder Moraes, Sávio foi taxativo: “falei para Edivá que não sou garoto de recado”. “O governador tem a prerrogativa de indicar um nome. Não sei se ele (Edivá) está a mando de alguém. Edivá deve estar a mando de alguém porque ficou quieto tanto tempo e só agora quer criticar”, rebateu o peemedebista.