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Quarta-feira, 02 de Novembro de 2011, 00h:01

Separação

Quando dividiu Mato Grosso, separando um pedaço de seu território original, a Lei Complementar 31/1977 impôs o surgimento de uma nova unidade federativa no país, mas não conseguiu apagar as marcas culturais e afetivas que uniram a comunidade por séculos

PAULO LEITE

Divulgação

Quando dividiu Mato Grosso, separando um pedaço de seu território original, a Lei Complementar 31/1977 impôs o surgimento de uma nova unidade federativa no país, mas não conseguiu apagar as marcas culturais e afetivas que uniram esta comunidade durante séculos. Seus hábitos e costumes, sua culinária e até seus heróis são os mesmos.

Vale lembrar que as principais ruas, avenidas e logradouros de Cuiabá, Corumbá, Cáceres, Rondonópolis e Campo Grande homenageiam personagens comuns à nossa memória, tais como Joaquim Murtinho, Dom Aquino, Dutra, Cândido Rondon, Fernando Correa, entre outros.

A história deste povo não se partiu ao meio como uma laranja. Temos muito mais a nos unir do que a nos dividir. Os pilares de nossa sociedade assentam-se, justamente, no pioneirismo e na crença dos valores telúricos. Uma herança que remonta à coragem dos bandeirantes que, munidos apenas de fibra moral, interpretaram as dimensões do país.

Nesta jornada, os pioneiros ajudaram a construir uma nova nação. Uma nação profunda e apegada aos seus modos. Um Brasil autêntico e verdadeiro chamado Mato Grosso. Não o Mato Grosso razão; mas o Mato Grosso sentimento. Por isso, é tão difícil separar em duas esta porção do mapa; porque ela trata de ideais e de crenças. O poder público é passível de partilha, mas a emoção, não... Ela resiste na alma e na lembrança dos irmãos e dos velhos amigos que se entreolham com respeito e carinho.

Na semana passada, por exemplo, faleceu o médico Wilson Fadul. Ex-deputado federal e ex-ministro da Saúde do presidente João Goulart. Os obituários dos principais periódicos do país o trataram como liderança política de Mato Grosso do Sul. Os jornais de Cuiabá mal falaram da morte desta importante figura da cena nacional. Há um erro histórico neste episódio: Fadul foi eleito para o Congresso Nacional e, posteriormente, indicado ministro quando Mato Grosso ainda ostentava a integridade de seu território. Portanto, temos que reclamar para nós sua biografia, tratando-o como um líder mato-grossense. Cultuando-o como um personagem de nossa vida política.

Pois se a terra se demarca, a memória não... A história é absoluta, indivisível.

(Dedico este texto ao jornalista Adelino Praeiro, que não mutilou suas emoções e mantém vivo em seu coração, o Mato Grosso inteiro, em todos os seus sentidos).

ITÁLIA

Um novo hit deve invadir o verão cuiabano nesta temporada. É o rasqueado “Mamãe, eu quero piça”, do irreverente João Eloy. Mas, não se trata de uma canção de apologia ao sexo, como o título faz presumir. A letra descreve apenas as agruras de uma cuiabana que vai visitar a Itália e tem dificuldade para pronunciar o nome do prato mais popular da península, a “pizza”... É mole?

DO COMEÇO

Três dos nomes mais influentes da cena política nacional na última década, os ex-senadores tucanos Arthur Virgílio e Tasso Jereissat, além do ex-prefeito carioca César Maia (DEM), se preparam para disputar vagas nas Câmaras Municipais de Manaus, Fortaleza e Rio de Janeiro, respectivamente. Derrotados nas últimas eleições, eles querem reiniciar a vida eleitoral na base de qualquer carreira política. Um bom exemplo de disciplina partidária.

HERANÇA

O PT consegue o que quer. Na próxima semana, ocorre a substituição de comando na Secretaria Estadual de Educação. Sai Neide Rosa e entra Ságuas Moraes, ambos filiados ao partido. E o setor educacional ficou definitivamente aparelhado pelos petistas. Virou capitania hereditária.

FUMO

O Ministério da Saúde estima que 15,1% da população brasileira são dependentes do tabaco. Ou seja, o mercado tabagista no país chega próximo a 30 milhões de pessoas. A última vítima do poder destrutivo do cigarro é o ex-presidente Lula, acometido por câncer na faringe, certamente ocasionado pelo fumo.

LICITAÇÃO

A gestão dos preparativos para a Copa do Mundo em Cuiabá deixou a esfera autárquica, com a extinção da Agecopa, e passou para a administração direta do governo estadual, com a criação de uma secretaria especial. Um dos maiores pecados deste setor é a dispensa de licitação. O governador Silval Barbosa deve ficar atento a esta prática... No final, a responsabilidade será sua.

(*) PAULO LEITE é jornalista e publicitário e escreve para o Diário de Cuiabá e HiperNoticias.