Mayke Toscano/Hipernotícias |
Apesar da greve chegar ao fim, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário, Rosenwal Rodrigues, disse que categoria não está totalmente contente |
Apesar do fim da greve do Poder Judiciário, servidores da categoria não se dizem contentes com acordo e iniciam outra batalha que é o pagamento das perdas salarias da URV (Unidade Real de Valor).
Depois de três dias em greve, o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues diz que a volta ao trabalho é para evitar um grande desgaste.
O acordo feito nesta quarta-feira (26) entre servidores e Tribunal de Justiça prevê o pagamento imediato por meio de Requisição de Pequeno Valor (RPV) no teto de R$ 12 mil. Outra modalidade de pagamento é através de precatórios, no qual o servidor requisita o valor total dependendo do tempo de trabalho. Quem não se enquadra no pagamento do RPV vai para os precatórios, que é outro estágio de negociação.
A batalha pelo pagamento, segundo Rosenwal Rodrigues, se arrasta desde 2003. O benefício foi adquirido pelos servidores através da conversão, na época do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, de URV para o Plano Real em 1994.
Em entrevista ao Hipernotícias há 10 dias, o presidente do Tribunal de Justiça, Rubens de Oliveira informou que existe um prazo de pelos menos 120 dias para efetuar o pagamento dos RPVs, já que existe entraves burocráticos. Cerca de 1,5 mil servidores, entre ativos, inativos e pensionistas tem o direito de receberem o benefício.
O desembargador reafirma que o Poder não tem dinheiro para pagar toda a dívida referente a URV, que soma R$ 132 milhões, entre servidores, ativos, inativos e pensionistas. O total do montante devido a URV é de R$ 179 milhões, envolvendo servidores que prestaram serviços no Tribunal de Justiça e que tinham direito ao benefício.
O presidente do Sinjusmat disse que assinaram um termo de compromisso para o pagamento desses valores. “Se houver um racha vamos voltar com uma greve mais forte ainda”, destacou Rosenwal.
O presidente do Sindicato destacou a intermediação do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na negociações. “Temos que reconhecer que a OAB foi fundamental para intermediar as negociações. O presidente (Cláudio Stábile) pediu autorização para conversar com ambas as partes e foi onde tudo começou”, enfatizou.