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Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011, 13h:26

Festival de Cinema chega na 18ª edição e homenageia ator cuiabano

Nos sete dias, festival vai permitir o diálogo e a aproximação do público com as produções cinematográficas realizadas em todo o Brasil

DA REDAÇÃO

 

Divulgação

Filme 'Capitãe de Areia' será o último filme exibido nesta segunda-feira (24) no Festival

A cerimônia de abertura 18ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá/Cinemato começa nesta segunda-feira (24) no Cine Teatro Cuiabá às 19h com entrada franca e homenageia o cuiabano Rosalvo Caçador . O longa do primeiro dia será ‘Capitães de Areia’, de Cecília Amado, que está fora da competição.

Até o dia 30 de novembro serão exibidos em mostra competitiva vídeos, curtas, médias e longas metragens, reunindo também programação paralela.

Para, o cineasta Luiz Borges, o idealizador do Festival a edição do evento é um marco. “Promovemos a mudança da marca para Cinemato em razão de uma rede estabelecida com os Pontos de Cultura e Cines do Estado, que promoverá a inclusão e a participação de dezenas de municípios mato-grossense ao festival”, explica.

O festival é uma referência na cinematografia mato-grossense por permitir o diálogo e a aproximação do público com as produções realizadas em todo o Brasil.

Nos sete dias de festival, debates com presença dos realizadores do vídeos e filmes serão promovidos, estreitamento entre a escola e o cinema através do agendamento escolar e trocas valiosas sobre a arte de fazer cinema.

PROJEÇÕES

A projeção começa com o vídeo ‘Rai Soassaith’, 10’, do paulista Thomas Larson, em que são retratados os melhores momentos do programa de colunismo social do glorioso Atail Menezes.

O vídeo mato-grossense ‘Bolhas de sabão desmancham no ar’, 19’, de Maria Tereza Azevedo, apresenta uma comunidade de uma pequena cidade do interior de Mato Grosso preparando uma festa popular. No auge da festa, chega um caminhão trazendo uma traquitana que é instalada no lugar. O objeto não identificado produz impulsos narcisistas ao promover imagens, como espelhos.

Na Mostra Competitiva de Curta Metragem, será exibida a produção ‘I-Juca Pirama’, 15min, de Italo Cajueiro, do Distrito Federal. A história conta o último guerreiro da nação Tupi que é feito prisioneiro pelos Timbiras. Antes de ser morto, em uma cerimônia antropofágica, é exigido que ele entoe seu canto de morte, ressaltando seus feitos e sua bravura, pois os índios acreditavam que a sua coragem passaria a todos que comessem do seu corpo. Nessa hora, o inusitado acontece, alterando o seu destino e os rumos da história consagrada no poema de Gonçalves Dias.

O curta paulista ‘Mais uma vez maestro! De volta ao Hotel Esplanada’ – , 17min, de Gustavo Mello e Eduardo Piagge, mostra a trajetória do diretor musical da Rádio e TV Tupi por sete anos, Georges Henry, que se apresentou como maestro e cantor nos salões mais glamourosos do país.

Já ‘A fábrica’, de Aly Muritiba, 15’, do Paraná, traz a história de um presidiário que convence sua mãe a arriscar a própria segurança para levar um aparelho celular para ele dentro da penitenciária.

Finalizando a programação, o Festival de Cinema exibe fora de competição o longa ‘Capitães de Areia’, de Cecília Amado. Baseado em uma das obras mais significativas de Jorge Amado, o longa abriu as comemorações do centenário do autor, projetado no Cine Odeon, como parte da mostra Hour Concours do Festival do Rio 2011. Coube à neta do autor, Cecilia Amado, a missão de transportar para as telonas as aventuras dos grupos de menino de rua de Salvador.

HOMENAGEADO

Rosalvo Caçador é o homenageado desta edição. Atuou como ator no cinema brasileiro entre os anos 60 e 70. Também trabalhou por trás das câmeras, na produção, nas mais diversas funções, de contra-regra a diretor e roteirista em “O Macabro Dr. Scivano” (1971).

Cuiabano, nascido no antigo distrito de Brotas (atualmente Acorizal), assistiu a muitos filmes de bang-bang em Cuiabá, na sua adolescência quando percebeu que tinha talento para fazer cinema. Porém seu primeiro trabalho foi na rádio Voz do Oeste em Cuiabá.

Mais tarde, no final dos anos 50, mudou-se para São Paulo buscando seu sonho de fazer cinema. Foi no Diário Popular que encontrou um anúncio recrutando pessoas para trabalhar no cinema. Lá entrou em contato com as pessoas do meio artístico e começou a estudar artes dramáticas. No prazo de um ano e meio, já estava participando do primeiro capítulo da série “O Vigilante Rodoviário”, de Ari Fernandes.

Rosalvo estréia como ator no longa metragem  ”Erótica” (Vidas Nuas) de Odyr Fraga. Ante as dificuldades de carreira de ator, baixa remuneração, Rosalvo trabalhou com técnico de câmera, foquista, e diretor de fotografia em diversos filmes. Ele fazia de tudo, até produção, para não ficar longe do set de filmagem. Amigo e parceiro do também mato-grossense David Cardoso, Rosalvo teve participação em diversos filmes de importantes diretores do cinema brasileiro: Mazzaropi (O Lamparina – 1963) e José Mojica Marins (O estranho Mundo de Zé do Caixão – 1968); Walter Hugo Coury (Corpo Ardente-1965), e também os mato-grossenses Ozualdo Candeias (A Herança – 1970)  e Reynaldo Paes de Barro (Pantanal de Sangue – 1971 e  ainda Agnaldo Perigo à Vista-1969).