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Artigos Sexta-feira, 07 de Outubro de 2011, 12:18 - A | A

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Sexta-feira, 07 de Outubro de 2011, 12h:18 - A | A

A Vaca e a Ética

quem não tiver capacidade para entender e ser ético, que se mantenha bem longe de nossas cercas e não coloque o seu nome à disposição nem para se candidatar a cargo eletivo e nem mesmo para cargos comissionados. Será a melhor saída.

JANETE GARCIA

Divulgação

“Diante de tanta briga pelo poder e crise de estrelismo, o primeiro critério para a escolha de representantes do povo, em qualquer âmbito, deveria ser a ética.”

Conta a história que numa escola da zona suburbana de uma cidade, uma professora tentava ensinar aos seus alunos o que era ética, sem muito êxito, até porque é uma matéria difícil de ser trabalhada.

Dias após, a professora notou que um aluno estava cabisbaixo, tristinho e, após ser indagado, ele explicou que estavam tendo problemas com a vaca do vizinho. Muitos riram, mas em seguida passaram a ouvir atentamente a narração dos fatos. “Sabe professora, nós temos uma grande horta e a vaca do vizinho tem, com freqüência, arrebentado a cerca que é mal feita e destruído parte da plantação. O meu pai atiça os cachorros em cima dela e a gente joga pedras até que ela vai embora. Ontem, além disso, num outro pasto, o nosso cavalo escapou para a terra desse mesmo vizinho e comeu os brotos das canas que estão nascendo. Eles discutiram e nada se resolveu. Um disse que não tem culpa da vaca arrebentar a cerca e que a horta não é problema dele e, ademais, a vaca gosta da verdura fresquinha. O meu pai disse que o cavalo dele gosta do broto novo de cana e não tem culpa dele ter forçado a passagem. E aí deu uma confusão danada e o problema está sem solução”.

A professora, na sua sabedoria, logo animou-se e decidiu que daria uma aula no campo. E lá foram eles discutir o assunto da ética e convidaram as partes envolvidas. Depois de muitos debates, concluíram que a cerca era o limite e que não era ético nem o cavalo de um e nem a vaca do outro ultrapassá-la e que a mesma deveria ser reforçada para deter os seus famintos animais, pois a cada invasão, feriam direitos, desrespeitavam normas e despertavam a ira nos proprietários, que descontavam as mágoas nas famílias, gerando tristeza e desarmonia. E os alunos concluíram que toda aquela situação era antiética e que a questão não era propriamente os animais que são irracionais, mas sim a atuação dos proprietários que não respeitavam os limites e o direito um do outro. Reforçada a cerca, o problema cessou.

Essa situação didática nos leva a refletir sobre o que é ser ético e não podemos negar que um dos grandes problemas que assola as relações humanas é a falta de ética. Isso pode ser constatado no trânsito, entre vizinhos, na escola, nos esportes, nas aglomerações, nas filas, nas categorias profissionais, nos órgãos públicos, nas empresas privadas, na concorrência desleal, nas religiões, na mídia, no mundo dos políticos, enfim, ela é o câncer da vez, porque a falta de ética resulta em corrupção, em desmando, em enganação, em conflitos, em desrespeito e despoja o homem de idoneidade, de retidão, de verdade, de caráter.

Num país democrático como o nosso, onde há liberdade de ir e vir, liberdade de expressão e a ascensão ao poder é altamente atraente por tudo que ele proporciona ao indivíduo, é muito fácil de detectar a falta de ética nas ações dos homens públicos. Se um anônimo é antiético a sua ação reflete só entre os que o rodeiam. Se um político é antiético há uma repercussão imediata e há uma cobrança maior porque está na condição de vidraça e é formador de opinião.

E que tipo de exemplo vem dando muitos homens públicos, representantes do povo? Estão agindo com ética? Estão formando opinião de cidadania, de respeito, de civilidade?

Tem sido constante a presença de vacas e cavalos arrebentando as cercas aqui e acolá. Nada de atiçar os cães e nem jogar pedras. É uma excelente oportunidade para se refletir e discutir sobre ética.

Que estoure a boiada, mas que ao final haja crescimento e amadurecimento dos eleitores, dos eleitos e dos indicados. E quem não tiver capacidade para entender e ser ético, que se mantenha bem longe de nossas cercas e não coloque o seu nome à disposição nem para se candidatar a cargo eletivo e nem mesmo para cargos comissionados. Será a melhor saída.

(*) JANETE GARCIA DE OLIVEIRA VALDEZ é advogada e licenciada em Letras e escreve para HiperNotícias.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Janete Garcia de Oliveira Valdez 10/10/2011

Obrigada pela leitura, João. Abraço

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Joao 09/10/2011

Muito bom o artigo, parabéns.

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2 comentários

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