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Domingo, 09 de Outubro de 2011, 15h:50

Com implantação de lei boliviana, comércio na Capital de Mato Grosso fica no prejuízo

Cerca de 60 veículos são roubados por mês em Cuiabá e aumento de assaltos impede criação de novos comércios, o que cria empecilhos a novos empreendimentos

KARINE MIRANDA

 

Mayke Toscano/Hipernotícias

 

Depois da sanção da Lei Boliviana 133/2011 de Regulação e Saneamento Veicular, o comércio e a sociedade mato-grossense começam a demonstrar os problemas decorrentes dessa decisão do país vizinho. Assaltos, roubos e furtos aumentaram na Capital mato-grossense e lojistas já contabilizam prejuízos que afetam não só a economia, mas especialmente a sociedade.

Aumento no volume de roubos de automóveis que alcança aproximadamente 60 veículos por mês, tem deixado comerciantes preocupados. Carros de vários modelos e marcas estão sendo levados a Bolívia para legalização. Depois, muitos veículos retornam e passam a circular em Mato Grosso, principalmente em municípios onde a fiscalização é precária.

De acordo com Célio Fernandes, vice presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), essa nova forma de atuação dos bandidos está ligada diretamente ao narcotráfico e isso recai sobre Mato Grosso. “Essa lei infeliz traz problemas que não são somente econômicos, mas sociais. A lei deixa principalmente Mato Grosso, que é próximo a fronteira, exposto”, garante.

No Estado, há 720 km de fronteira seca e 240 km de alagada, tornando a população mato-grossense a vítima mais imediata numa situação que se agrava. Mas este não é um problema isolado com a Bolívia, mas que merece atenção para não desencadear mais novas questões econômicas. "Primeiro foi a nacionalização das refinarias de gás e petróleo, agora legalização do roubo de carros. Estas são ações que não podemos aceitar.”

Além dos assaltos ocorridos em Mato Grosso, Célio lembra que o aumento da circulação de veículos roubados no Estado traz consigo a presença dos bandidos que estão prontos para assaltar o comércio e já o vem fazendo causando insegurança no centro da cidade, local de grande circulação de dinheiro. Embora não haja números que comprovem essa afirmação, o prejuízo material dos empresários e o medo deles fazem com que fechem suas portas, enquanto outros deixam de abrir novas empresas.

Com isso, o Estado e a sociedade perdem. “Afinal, a lei 133/2011 não pode ser analisada economicamente, mas sim, politicamente”, assegura. Para tentar evitar problemas decorrentes da lei, medidas como repúdio a Bolívia e a própria lei estão sendo cogitadas para levar ao fechamento do consulado boliviano no Estado pelos efeitos do desrespeito a preceitos do estado colaborativo.