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Domingo, 25 de Setembro de 2011, 11h:00

Sem “murro na mesa”

Quanto a Silval Barbosa, que ainda tem gente insistindo que ele “demora” para agir, deixando as coisas correr frouxas, em poucos meses de governo enquadrou quem precisava ser enquadrado, uniformizando a equipe. (...) Pulso e comando ele mostrou que te

MÁRIO MARQUES

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Numa autocrítica que, sem favor algum, pode ser considerada positiva, pela coragem de reconhecer erros e equívocos, o ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR), em entrevista a um site local, há dias, afirmou que sua gestão à frente do executivo estadual foi feita de “avanços e retrocessos”.

Todo governo é assim: tem seus altos e baixos, e o que importa é a somatória. Nesse quesito, a população mato-grossense avaliou que Blairo foi aprovado. Tanto assim que o elegeu senador com uma votação consagradora.

No mais, ponto para o senador, por ter declarado, publicamente, que nem tudo foi “mil maravilhas” em seus oito anos de governo. Gestos desse tipo, aliás, só fazem engrandecer os homens públicos, por demonstrar humildade e bom senso daqueles que não se consideram “professores de Deus” – ao contrário de certos tipos que ainda vicejam por aí na vida pública, ostentando o rei na barriga e porejando ar de superioridade, quando não arrogância e prepotência, mas cujos “fachos” – antes tarde do que nunca, é caso para se dizer –, no tocante à esfera estadual, estão sendo devidamente rebaixados pelo sucessor de Blairo, o governador Silval Barbosa.

Este, por sinal, que bem ao seu jeito pacato, discreto, próprio dos que sabem “comer o mingau pelas beiradas”..., vai pondo ordem na casa e, através de medidas concretas, mostra quem é que realmente manda no Palácio Paiaguás. Fazendo isso numa boa, com uma serenidade de monge tibetano, e sem arroubos autoritários.

Resultado mais visível desse estilo de se impor como autoridade principal de Mato Grosso, sem o coronelismo atrasado do “murro da mesa” e outras presepadas do gênero – que mais apontam para o desequilíbrio emocional que demonstração de força e poder -, Silval Barbosa nós dá ao deixar claro que no seu governo acabou a figura do “supersecretário”. No seu entorno, todo mundo agora é “japonês”. Não tem o maioral(ou quem se julgava como tal). Isso é bom para a harmonia interna da administração estadual, além de salutar para a democracia.

E os que, por ventura, relutam em reconhecer essas mudanças protagonizadas por Silval Barbosa, está aí a decisão de extinguir a Agecopa, acabando com privilégios de um órgão que era um governo à parte, criado esdruxulamente na proveta de gabinetes, com uma independência que afrontava o governo que foi eleito, pelo voto do povo, para gerir os destinos de Mato Grosso.

“Demora muito para tomar decisões” (referindo-se ao governador), conforme me disse um ilustrado amigo, ainda na noite da última sexta-feira, durante um encontro casual em um shopping da Capital, cujos corredores, sempre que me sobra um tempinho, faço de pista de caminhada (com a vantagem do ar condicionado e uma relativa segurança que as ruas não proporcionam).

Nesse aspecto, sem querer me arvorar em defensor de Silval Barbosa, cabe considerar que a gestão da máquina pública – e isso não é nenhuma novidade e nem é de agora - é morosa, tanto nos seus aspectos políticos como administrativos.

Cabendo ainda lembrar que, no transcurso dos oito anos de mandato de Blairo Maggi, sempre pontificou um secretário maior e acima dos demais (o famoso “rei da cocada”...). Inicialmente, tinha o “trator” ((lembram-se?), depois veio um coronel que tratava seus pares como subordinados, ao qual todos batiam “continência” e essas anomalias políticas e administrativas, possivelmente estejam entre os “retrocessos” aludidos pelo ex-governador, na mencionada e louvável entrevista.

Quanto a Silval Barbosa, que ainda tem gente insistindo que ele “demora” para agir, deixando as coisas correr frouxas, em poucos meses de governo enquadrou quem precisava ser enquadrado, uniformizando a equipe.

Agora, é cobrar o avanço e continuidade dos resultados em termos de obras e serviços que a população tanto necessita.

Pulso e comando o governador mostrou que tem.

(*) MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA é jornalista. www.paginaunica.com.br. E-mail: [email protected]