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Segunda-feira, 05 de Setembro de 2011, 12h:15

Governador não pretende mudar cúpula da Segurança, garante deputado Romoaldo

Líder do Governo na Assembleia afirma que essa troca não é consenso no Executivo e que problema na Segurança Pública não é secretário, mas falta de investimento no setor

PAULO COELHO

Mayke Toscano/Hipernotícias

Greve de policiais civis já dura quase 70 dias, o que deixa o Governo com problemas na Segurança Pública
O governador Silval Barbosa (PMDB) está preocupado com os altos índices de violência, mas não pensa em trocar o secretário de Segurança Pública, o delegado da Polícia Federal, Diógenes Curado.

“Problema na segurança chama-se falta de investimento e não tem a ver com o secretário, que aliás é um homem muito bem preparado”, opinou o líder do governo na Assembleia, Romoaldo Júnior (PMDB), reforçando que tem conversado com o governador sobre esse assunto e que não foi percebida essa pré-disposição em mudar o secretário.

Apesar de nos bastidores já circular nomes de possíveis substitutos de Curado, como os do promotor de Justiça Mauro Zaque e do advogado Ricardo Monteiro (filiado antigo do PMDB), a tese de troca do secretário não tem ganhado força no Legislativo.

A maioria dos deputados, o líder do governo e até o presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia, Walter Rabello (PP), entendem que uma mudança no comando da Pasta, agora, não resolveria o problema.

“Não defendo substituição ainda, percebo que o governo começou a chamar para si a responsabilidade e já adiantou que vai encarar o problema de frente e uma amostra disso é a própria posição do governador diante da greve ilegal dos agentes da Polícia Civil, obrigando os policiais militares a voltarem ao trabalho”, apontou Rabello.

FUNDO

Silval e até a ala governista na Assembleia apostam na criação de um fundo que recolheria recursos, de fontes ainda não definidas, para serem investidos 100% na Segurança.

O assunto é conflitante no Legislativo ao ponto de nem obter a simpatia nem mesmo dos deputados de situação.

Quem faz oposição ao projeto que o governo pretende criar, o Fundo da Pobreza, é o presidente da Assembleia José Riva (PP). “O governo tem que rever essa posição, não pode onerar o setor produtivo, tenho recebido aqui muitos empresários preocupados com essa proposta”, disse Riva.

A deputada Luciane Bezerra (PSB), cuja linha é mais independente no Legislativo, disse que “o governador deve jogar mais limpo com a população, porque é absurda a ideia de onerar mais ainda o setor produtivo criando mais impostos de goela abaixo”.

A própria parlamentar, porém, salientou que em caso de consenso com a Assembleia, o assunto pode ser discutido, desde que o impacto não seja negativo ao comércio e à indústria.

A chiadeira do parlamento, inclusive, já chegou ao Paiaguás, forçando Silval a recuar da denominação Funda da Pobreza (que não faria jus ao nome e sim seria para a Segurança) e abrir aos deputados a prerrogativa de elaborarem outra proposta, junto como governo, desde que seja um fundo.

“Não sei talvez que incida sobre a venda de bebidas alcoólicas, enfim vamos estudar conjuntamente”, sinalizou o governador.

Romoaldo Júnior , por sua vez, sugere que o governo invista parte da renegociação dos incentivos fiscais na Segurança Pública. “Eu vou defender isso e acho que já será um investimento considerável”, afirmou.

REFORÇO

Quanto à onda de assaltos, especialmente em agências bancárias e caixas eletrônicos, o comandante-geral da PM, Osmar Farias disse em entrevista durante a Rota da Integração, que o efetivo da Polícia Militar foi duplicado na Grande Cuiabá durante os últimos meses, especialmente após greve dos policiais civis. Um exemplo citado pelo oficial, foi o impedimento de dois assaltos a bancos nesse fim de semana em Santo Antônio de Leverger e Acorizal.