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Sexta-feira, 02 de Setembro de 2011, 15h:41

Câmara vai acionar Ministério Público para processar vândalos

Dados preliminares revelam prejuízos de R$ 300 mil; gabinetes e carros tiveram os vidros quebrados durante manifestação de populares contra aprovação de projeto que privatiza a Sanecap

HÉRICA TEIXEIRA

Juliene Leite

Tropa de Choque da PM foi chamada para conter ânimos, mas manifestantes reagiram
A Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá denuncia atos de vandalismo por parte dos manifestantes que protestavam contra o projeto de concessão à iniciativa privada dos serviços de saneamento da Capital. Na contabilização preliminar da Casa, o prejuízo foi superior a R$ 300 mil, dentro e fora do imóvel.

A Câmara já informou que vai entrar com representação na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. O secretário-chefe da Consultoria Jurídica, Emmanuel Figueiredo Júnior, disse que materais estão sendo levantados para serem apresentados às autoridade.

"Temos fotos e estamos levantando as imagens para levar ao Ministério Público. Os culpados irão responder cível e crimalmente", revelou.

 Manifestantes protestaram durante sessão ordinária de quinta-feira (1), quando 14 parlamentares dos 19 aprovaram a privatização da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).

A diretoria determinou que a Consultoria Jurídica da Casa tome providências para que os responsáveis pelos atos de vandalismo, no interior e imediações do Palácio Paschoal Moreira Cabral sejam identificados e punidos com urgência.

O presidente da Câmara, Júlio Pinheiro (PTB), exigiu que Emmanuel Figueiredo Júnior, preste queixa-crime na Delegacia de Polícia Civil.

A alegação de Júlio Pinheiro, é que os cerca de 400 manifestantes, a maioria crianças e adolescentes do Centro Educacional Nilo Póvoas e das Escolas Estaduais Desembargador Ferreira Mendes e Presidente Médici, promoveram quebra-quebra e enfrentamento com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, Guarda Municipal e equipe de seguranças da Câmara.

Além das crianças, encampam protestos os militantes do Movimento Sem-Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Fórum Contra Privatização, e a Via Campesina.

A segurança interna do Poder Legislativo identificou que pelo menos 20 veículos foram danificados, destes três tiveram os vidros quebrados, além de riscarem os automóveis com parafuso.

Manifestantes quebraram com pedras e paus vidros de vários gabinetes, dentre eles, a do vereador Lúdio Cabral, que apóia o movimento. Outros parlamentares tiveram seus gabinetes atingidos, como o Professor Néviton Moraes (PRTB), Deucimar Silva (PP) e Everton Pop (PP).

ARGUMENTOS

Os vereadores Lúdio Cabral e Deucimar Silva comentaram sobre os manifestos que culminaram na depredação dos gabinetes. Lúdio defende busca pelos culpados da destruição e defende que quebra-quebra não foi por parte dos manifestantes que não apóiam a privatização.

“De onde vem essa violência, certeza que não vem do fórum. A Câmara tem que tomar providências”, argumentou.

Lúdio também se defendeu das críticas de Júlio Pinheiro, de que estaria incentivando os protestos. “Desconsidero este comportamento da Mesa Diretora em atribuir que problemas que aconteceram na Câmara são minha culpa. A Casa tomou decisão contrária a vontade da população”, esclareceu.

Já o vereador Deucimar Silva disse que vai esperar as investigações apontar os culpados para depois se manifestar, no entanto, alertou que existem pessoas que não estão preparadas para se manifestar.

“Não quero acusar ninguém. Fico triste como estas atitudes que não traz benefícios para ninguém. Sou favorável a manifestações, mas tem que ser democrática, sem destruição”, concluiu.