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Quinta-feira, 04 de Agosto de 2011, 17h:50

Rússia frustra governo e mantém embargos à carne brasileira

Medida contraria expectativa do Ministério da Agricultura, que havia apresentado um pedido para o fim dos embargos

DA FOLHA DE SÃO PAULO

A Rússia decidiu manter os embargos à carne brasileira vinda dos Estados do Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Outros 37 estabelecimentos dos demais Estados estão embargados temporariamente, por problemas com a documentação.

A medida contraria expectativa do Ministério da Agricultura, que havia apresentado à Rússia, no início de julho, um pedido para o fim dos embargos, além de duas listas: uma delas tinha o nome de 88 estabelecimentos aptos, segundo o governo brasileiro, a exportar ao país europeu; a outra, 37 que deveriam ser submetidos a interdição temporária -- até a regularização de documentos.

Segundo Luiz Carlos de Oliveira, diretor do Departamento de Inspeção dos Produtos de Origem Animal do ministério, uma carta foi enviada nesta quinta-feira à Rússia para tratar da questão.

No dia 29 de julho, o governo russo negou o fim dos embargos aos três Estados brasileiros e recusou a lista dos 88 estabelecimentos, usando como base laudos técnicos do país europeu. Esses laudos, segundo o ministério, não foram encaminhados ao Brasil.

Na mesma ocasião, a Rússia determinou o embargo temporário aos 37 estabelecimentos de forma retroativa, a partir de 6 de julho. O Brasil pretendia que a restrição valesse a partir de 2 de agosto, quando interrompeu a emissão de certificados sanitários internacionais a esses estabelecimentos.

Muitas das empresas, segundo o ministério, contavam com a extensão do prazo até agosto e já enviaram carne para a Rússia. O ministério não soube informar qual a quantidade enviada nem o tamanho do prejuízo caso a carne seja barrada.

Na carta enviada hoje, de acordo com Oliveira, o governo brasileiro reitera o pedido de fim dos embargos aos três Estados, solicita os laudos dos técnicos russos, pede a mudança da data de embargo temporário e a implementação de reuniões entre especialistas da área de laboratório dos dois países.

O ministério espera resolver a questão "nos próximos dias", segundo Oliveira.