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Sexta-feira, 29 de Julho de 2011, 07h:30

Maioria da população vê golpe da Câmara e Prefeitura e quer revogação da lei, revela pesquisa da KGM

Pesquisa contratada por HiperNotícias ouviu 600 pessoas em todas as regiões da Cuiabá. Para a população, lei foi golpe, significa privatização da Sanecap e medida não vai solucionar o problema do saneamento

DA EDITORIA

A maioria da população cuiabana considera que a aprovação da lei da concessão do saneamento básico foi um golpe da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Cuiabá, e quer que a lei seja revogada.

É o que revela a KGM Pesquisas, contratada por HiperNotícias, para aferir a percepção da população sobre a polêmica que domina as atenções da mídia e da população nas duas últimas semanas, desde que a Câmara aprovou, no dia 12 de julho, projeto de lei criando a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário na Capital (Amaes), e autorizando a concessão dos serviços de saneamento da capital para a iniciativa privada.

Um teste de argumentos feito pela KGM com base nos discursos que vêm sendo publicados na imprensa desde o surgimento da polêmica, as frases que obtiveram as duas maiores concordâncias dos entrevistados foram “a aprovação da lei, sem discussão pública, foi um golpe (tanto da) Câmara e (como) prefeitura na população”. O argumento de que o golpe foi da Prefeitura recebeu 88,7% de concordância total ou parcial dos entrevistados, e de que o golpe foi da Câmara obteve a concordância de 88,2%. Em ambos os casos, menos de 5% dos entrevistados discordaram dos argumentos, ou seja: há um consenso de reprovação da população quanto à forma da aprovação e sanção da lei.

No teste de argumentos feito pela KGM, a terceira maior concordância revela que não apenas a forma como está sendo reprovada pela população, mas também o mérito da proposta de passar à iniciativa privada a concessão dos serviços de saneamento, já que 69,3% dos entrevistados concordaram total ou parcialmente com o argumento “sou contra a privatização e contra a concessão, o que precisa melhorar é a gestão da Sanecap”. (Confira todos os argumentos testados na tabela nesta página).

Gabriel Soares/Hipernotícias

REVOGAÇÃO

Já 70,8% dos entrevistados afirmaram que a prefeitura deve revogar a lei. Perguntados se os vereadores deveriam revogar a lei ou mantê-la, depois que alguns deles admitiram que erraram e que poderiam rever sua posição, apenas 11,8% declararam que os parlamentares deveriam manter a lei.

PRIVATIZAÇÃO

A percepção geral da maioria dos entrevistados sobre a lei de criação da Amaes e concessão do saneamento se divide entre a dúvida e a privatização. Perguntados o que a lei significa, 48,8% ficaram com a opção “privatização da Sanecap”, 8,3% optaram por “concessão dos serviços de saneamento”, e outros 42,8% optaram pela resposta “ainda não entendi direito o que está acontecendo”.

Esta situação cria uma dificuldade extra tanto para a Prefeitura como para a Câmara, que, além de terem de explicar a forma como a lei foi aprovada e sancionada, ainda têm que desmistificar também que a Sanecap não será privatiza, mas apenas os serviços de saneamento que serão concedidos para exploração da iniciativa privada.

EXPECTATIVA

A expectativa da população quanto ao eficácia da privatização ou concessão na melhoria dos serviços de saneamento de Cuiabá é negativa. Perguntados se “independente de ser a favor ou contra a concessão do saneamento, na sua opinião a concessão vai ou não melhorar o sistema de água e esgoto de Cuiabá”, 49,2% responderam que não e 14,3% que sim. Outros 23% disseram que talvez melhore, e 13,5% ficaram indecisos ou não souberam responder à pergunta.

METODOLOGIA

A KGM Pesquisas ouviu 600 eleitores do município em seus domicílios, nas quatro regiões da cidade, entre os dias 23 e 25 de julho. A margem de erro da pesquisa é de 4%, para mais ou para menos.
A pesquisa é quantitativa, e a amostra foi estratificada pelas variáveis de idade, sexo, escolaridade, renda familiar e local de moradia.