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Sábado, 16 de Julho de 2011, 15h:26

Embraer lança sua primeira fábrica nos Estados Unidos

Empresa tem hoje US$ 16 bilhões em encomendas, e emprega, em todo o mundo, 17 mil pessoas

DA FOLHA DE SÃO PAULO

A Embraer colocou para funcionar a sua primeira fábrica nos EUA, três anos após tê-la anunciado e no momento em que o presidente Barack Obama, com o país em crise, tem usado os donos de jatos corporativos como alvo de suas críticas aos disparates na economia americana.

A unidade na Flórida, que começou a operar no mês passado na cidade de Melbourne, é a primeira linha de montagem somente da empresa fora do Brasil (há uma joint venture na China).

No ano passado, a empresa anunciou a construção de uma fábrica de estruturas e componentes em materiais compósitos em Portugal.

Da nova fábrica, na qual foram investidos US$ 51 milhões (R$ 80 milhões), sairão jatos executivos Phenom 100, que hoje também são produzidos na unidade de Gavião Peixoto (SP).

A Embraer já manifestou, no passado, ambição de fazer negócios com a Defesa americana, mas não há projetos concretos anunciados.

"Por ora, é só o Phenom [que pretendemos fabricar]. Não há planos de trabalhar com outros produtos", disse à Folha, por telefone, Phil Krull, diretor administrativo da Embraer Executive Jets.

Neste ano, a fábrica na Flórida deve entregar apenas um jato, em novembro, mas para 2012 a meta é elevar a produção para 31 e, a partir do ano seguinte, 60 jatinhos ao ano, afirmou Krull.

A empresa se vangloria de que o modelo foi o jato executivo mais entregue no mundo no ano passado.

Divulgação
Empresa se vangloria de ter o modelo de jato executivo mais entregue no mundo no ano passado

XEPA NA NASA

O executivo afirma que a cidade foi escolhida pela proximidade com a base de clientes, o espaço em seu aeroporto e a oferta de mão de obra qualificada, que aumentou com o fim do programa de ônibus espaciais da Nasa.

Localizada 280 km ao norte de Miami, a cidade está fincada na chamada costa espacial americana.

"Não é segredo que a Nasa fez cortes e que muita gente superqualificada está disponível", disse Krull.

"Temos 69 empregados, e, entre engenheiros e técnicos, 18 são ex-funcionários da Nasa", afirmou o executivo.

A empresa tem hoje US$ 16 bilhões em encomendas, e emprega, no mundo, 17.253 pessoas.