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Quarta-feira, 06 de Julho de 2011, 18h:30

Quase 3,5 mil inquéritos estão no rol dos insolúveis em Mato Grosso

Workshop está sendo realizado na Capital para tentar solucionar problema

HÉRICA TEIXEIRA

Falta de efetivo e condições precárias de trabalho contribuem para a existência de 3.479 inquéritos sem solução, que ficam tramitando entre as delegacias, promotorias e Judiciário. Trabalhadores da Justiça reclamam de excesso de trabalho.

Os inquéritos que não são solucionados tratam-se de crimes diversos, como homicídios, roubos, estupros, entre outros.

Arquivo
Sindicatos de Delegados e Investigadores alegam que efetivo é muito baixo para dar conta da carga de trabalho
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso, Dirceu Vicente Lino, disse que o Estado trabalha com menos de 50% do que seria necessário. “O setor precisa do dobro do efetivo já existente. A demanda é muito grande e a mão de obra é pouca”, frisou.

O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso, Dirceu Vicente Lino, disse que o Estado trabalha com menos de 50% do que seria necessário. “O setor precisa do dobro do efetivo já existente. A demanda é muito grande e a mão de obra é pouca”, frisou.

 

Dirceu ressaltou ainda, que o governo do Estado já prometeu aumentar efetivo, e em até 3 anos vai dobrar número de trabalhadores e explicou que são outros trabalhos em conjunto que vão melhorar o setor. “É preciso investir no policiamento preventivo e todos os setores da segurança pública”, disse.

Já para o presidente do Sindicato dos Investigadores, Clédson Gonçalves da Silva, as pendências na Justiça se devem ao efetivo reduzido e condições mínimas de trabalho. “Há pouca gente trabalhando. A demanda de trabalho é muito grande. O nosso efetivo hoje é menos de 50% do ideal”, pontuou.

Clédson explicou que o Estado tem apenas 1.760 investigadores, enquanto que o ideal seria ter 4 mil. “Estamos longe do número ideal. Determinadas delegacias de Mato Grosso têm apenas um investigador, o que é impossível trabalhar”, explicou .

O presidente do sindicato disse que profissionais são capacitados, mas a principal questão para os trabalhos não erem concluídos é o efetivo reduzido de trabalhadores atuando na justiça.

WORKSHOP

Um workshop começou nesta quarta-feira (6) e busca alternativa para solucionar o problema de um estoque atual de 3.479 inquéritos sem solução, instaurados até dezembro de 2007. O evento está ocorrendo no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça e tem como base as metas estabelecidas pela Estratégia Nacional de Segurança Pública (Enasp).
 
O workshop conta com a participação de procuradores e promotores de Justiça, juízes, secretário de Estado, delegados de polícia e advogados. A coordenadora do grupo de Execução Penal da Enasp e conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público, Thais Schilling Ferraz; o juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça, Fabrício Dornas Carata; e a promotora de Justiça do estado da Bahia, Ana Rita Nascimento, também estão participando da discussão.